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“Fiquei com parte do corpo fora do autocarro”: Sobrevivente recorda trágico acidente na Mealhada

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 mês atrás em 25-07-2024

Imagem: PAULO NOVAIS / LUSA

Três pessoas perderam a vida a 21 de maio de 2022 enquanto viajavam de autocarro numa excursão ao Santuário de Fátima. O acidente fatal ocorreu na A1, na zona da Mealhada.

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Velocidade excessiva (122 km/h), pneus ‘carecas’ e com 9 anos – que acabaram por rebentar – e envelhecimento da viatura: que durante um ano fez apenas 445 km. Foram estas as conclusões da procuradora do DIAP da Mealhada que decidiu arquivar o processo.

Uma das vítimas mortais foi António Araújo, o motorista, de 63 anos, dono do pesado. O Ministério Público (MP) diz que era ele quem deveria “garantir as boas condições de funcionamento e segurança do autocarro, o que não fez”. Como morreu, e como o MP diz que ele foi o único culpado pelo acidente, uma vez que a empresa não tem mais gerentes, a responsabilidade criminal foi extinta, relata o Correio da Manhã.

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No acidente morreram ainda Alberto Soares, de 77 anos, e Emília Castro, a guia, de 52 anos, que ia a rezar o terço com os restantes peregrinos. Alberto seguia no primeiro banco à esquerda, imediatamente atrás do motorista. O autocarro circulava sem seguro e só passou à segunda vez na inspeção com 564 mil quilómetros. O MP diz que António Araújo foi negligente, descreve.

“Tinha tantas, mas tantas dores nas pernas. Gritei durante uma hora por socorro”, descreve ao jornal Fátima Gonçalves, que, juntamente com o marido, Américo Miranda, ficou encarcerada após o acidente.

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“Fiquei com parte do corpo fora do autocarro. O vidro partiu e não conseguíamos sair. Este foi o susto da minha vida. Mais valia ter morrido na ocasião e não sofria tanto. Foi muita aflição, meu Deus, nem posso pensar”, recorda a mulher.

Pelas 9:12, durante uma ultrapassagem, o pneu esquerdo rebentou, o autocarro subiu o separador central, invadiu a faixa de rodagem contrária, destruiu o separador lateral e embateu num poste de alta tensão.

Se não surgirem novas provas, o caso prescreve em 2027.

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