Cinema
Filme iraniano vence melhor longa-metragem em festival na Figueira da Foz
A longa-metragem iraniana “Termites”, de Masoud Hatami, venceu os prémios de melhor filme e melhor realização do Festival Internacional de Cinema Film Art, que hoje encerra na Figueira da Foz, anunciou a organização.
“Termites”, realizado em 2017, é um drama que conta a história de Maryam e Peyman que, após sete anos de casamento, são obrigados a deslocar-se ao norte do Irão, uma jornada que lhes mudar-lhes o caminho de vida.
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O Film Art é um festival de cinema de autor que cumpriu este ano a sexta edição consecutiva e teve a concurso mais de 160 filmes, nas categorias de longas-metragens de ficção, documentários, curtas de ficção, ‘videoclips’ e filmes realizados em ambiente escolar.
Ainda na categoria de longa-metragem de ficção, Holy Boom (Grécia) venceu os prémios de melhor argumento e melhor montagem, enquanto o galardão de melhor fotografia foi para “Unless The Water is Safer than the Land”, oriundo das Filipinas.
Numa sessão realizada na noite de sábado no Casino da Figueira da Foz, em que foram atribuídos um total de 26 galardões e menções honrosas, Portugal arrecadou dois prémios de melhor filme: um na categoria Curtas de Ficção, com “Still Life” (Natureza Morta), de Bruno Fraga Braz – galardão ‘dividido’ com “Deja Vu” (Canadá), que ainda conquistou a melhor realização – e melhor ‘videoclip’, atribuído a “Wire Head”, de Duarte Gandum.
O prémio de melhor documentário foi para “Piú de la Vita”, de Raffaella Rivi (Itália), enquanto na categoria de filmes realizados em ambiente escolar o vencedor foi o polaco “My Pleasure”, de Taudeusz Kabicz.
Em declarações à Lusa, Luís Ferraz, presidente do comité organizador do Film Art, disse que o festival “correu como podia correr”, recordando os problemas que afetaram a associação promotora no final de 2018, com a saída do anterior diretor, que se predispôs a organizar um evento paralelo.
“Nós começámos a trabalhar em setembro [de 2018] e depois fomos interrompidos, essa questão dos dois festivais lançou muita confusão”, afirmou Luís Ferraz, relatando situações junto de eventuais patrocinadores que, quando contactados, perguntavam para qual festival seria o apoio.
“É óbvio que isso provocou muita areia numa engrenagem que tinha começado a rolar bem. Depois, lá conseguimos concretizar o festival com a força possível, mas com as consequências naturais [da situação], queríamos traduzir todos os filmes ou trazer pessoal das escolas [de cinema] e não foi possível”, exemplificou.
“É que os apoios têm de se pedir até 15 de novembro, depois disso não vale a pena”, adiantou Luís Ferraz.
O diretor do Film Art assinalou ainda que “só faz sentido haver um festival” de cinema na Figueira da Foz e não dois: “Tem sido a Conquista Panorama a entidade que o organiza, é assim que continuou este ano e que queremos prosseguir”, acrescentou.
Durante o anúncio dos prémios, o apresentador Sansão Coelho referiu-se, por três vezes, à ausência de público nas sessões de cinema do Film Art, quer pedindo aplausos “para quem foi assistir”, quer apelando a que em 2020 seja possível “puxar pelo público, para que ele apareça em maior quantidade”.
Embora sem avançar números, Luís Ferraz reconheceu que o festival não conseguiu captar espetadores, que não terão ultrapassado as poucas centenas, ao longo de 10 dias.
“Mas este ano não tivemos nem uma sessão sem ninguém, como aconteceu o ano passado. Este ano, apesar de serem mais dias, tivemos gente em todas as sessões. Que fossem duas [pessoas] mas estava gente”, enfatizou.
A meta para a sétima edição, frisou o organizador, passa “por captar mais gente e isso começa pelas traduções dos filmes” como o filme iraniano vencedor da categoria de longas-metragens, que Luís Ferraz gostaria de ver como filme de abertura em 2020, eventualmente com a presença do realizador.
O festival Film Art termina hoje com a exibição dos seis vencedores do prémio de melhor filme nas diferentes categorias.
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