Coimbra

Filha da sorte

OPINIÃO | Angel Machado | 5 dias atrás em 15-09-2024

Queimem os livros e as pagãs, acabem com a espécie. Libertem-se das mulheres inconvenientes, sem precisar alegar legítima defesa. As impopulares incomodam porque defendem o princípio de “alguma” força inteligível. Gostava de arrumar as malas e esquecer da “dádiva” da maternidade.

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Nascemos com pouca sorte, mas, com vocação. A vida enfadonha da mulher, essa espécie de literatura de prateleira, é tema de poesia. Creem que a única e definitiva vantagem de ser mulher é ter filhos e criá-los. Mas, no século passado num dado momento, as feministas desafiaram a lógica social e a morte, revolucionando o presente, incutindo novas ideias noutras gerações. Hoje olho para o futuro com piedade de mim, embora, seja um privilégio poder escrever sem censura.

E se a maternidade não fosse restrita à mulher? Que volta daria o destino à vida humana. Mas, “existem algumas naturezas muito nobres para se conter e muito altivas para se curvar”, essa reflexão é do livro “Little Women” (1868) da autora americana Louisa May Alcott, um clássico feminista que trata de assuntos como: a obrigação social e a liberdade pessoal e artística das mulheres.

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Não é fácil manter a linha, quando ainda morremos por violação no século XXI. Os homens, mesmo os que sorriem e dizem que temos razão, não são confiáveis e não tentem agradá-los por conveniência.

A mulher e o seu pensamento foram sempre considerados perigosos à medida que ameaçavam o homem e o seu poder, mas o propósito foi e continua a ser, o respeito e a igualdade. É possível que qualquer crença seja manipulada e que o conhecimento traga luz à irracionalidade, mas, receio ficarmos apenas imortalizadas nas leis ou nos murais como símbolo de coragem.

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OPINIÃO I ANGEL MACHADO – JORNALISTA

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