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Figueira da Foz tem a “evolução mais grave” no desemprego da região de Coimbra

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 04-06-2020

A Figueira da Foz é o município da Região de Coimbra com “evolução mais grave e preocupante” no que diz respeito aos efeitos da pandemia covid-19 no desemprego, revela um estudo do i9 Social, um projeto do IPN e CIMRC para a inovação social financiado por fundos europeus .

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Segundo a análise e conclusões do Flash Desemprego, um resumo estatístico datado de 21 de maio e referente aos meses de março e abril, um em cada quatro desempregados da área territorial da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIMRC), que engloba 19 municípios, reside na Figueira da Foz.

O documento a que a agência Lusa teve acesso, da autoria de Florindo Ramos, diretor executivo do Centro de Inovação Social, i9 Social, um projeto financiado por fundos europeus e pela CIMRC, refere ainda que naqueles dois meses aquele município do litoral do distrito de Coimbra registou “mais 683 desempregados” (+33,6%, para 2.713), a segunda maior variação em percentagem naquela comunidade intermunicipal que é a maior do país.

O município de Penacova foi aquele a que correspondeu a maior variação da percentagem do número de desempregados (+35,9%), correspondente a 70 pessoas. Em números absolutos, Penacova tinha 265 desempregados registados no final de abril, cerca de dez vezes menos do que os 2.713 inscritos na Figueira da Foz.

Na lista da variação, em percentagem, do número de desempregados em março e abril, segue-se a Mealhada (+32,9%), Condeixa-a-Nova (+29,6%), e Coimbra – o concelho mais populoso da CIM/RC – com mais 26,7%, correspondente a mais 962 desempregados.

Estes cinco municípios apresentam variações do número de desempregados superiores à média da Região de Coimbra (22,9%). Este aumento percentual corresponde a mais 2.724 desempregados, para um total de 13.980 inscrições nos centros de emprego do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) em final de abril.

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Na região Centro, a variação média era de 20,2% e no continente de 24,5%.

Na “comparação casos de covid-19 e novos desempregados”, relativa a março e abril, o documento frisa que a Figueira da Foz combina uma “forte subrepresentação (o que é positivo)” de casos de covid-19 confirmados – 32 na altura do estudo, com “uma sobrerepresentação significativa (o que é negativo) no aumento do desemprego”.

O estudo nota, na referência aos 32 casos de infeção pelo novo coronavírus na Figueira da Foz, que estes equivalem a três por cento do total da CIMRC (então com 1.051) “quando a sua população residente corresponde a 13,6% do total daquele território”.

Aliás, no número de casos por 10 mil habitantes, a Figueira da Foz possuía 5,4 no final de abril, o 17.º lugar em 19 municípios na percentagem de incidência de infeções. Uma cifra quase residual quando comparada com os 87,5 casos por 10 mil habitantes em Condeixa-a-Nova, os 42,8 em Coimbra, 30,7 em Tábua, 26,1 em Góis ou 19,4 em Cantanhede, refere o relatório.

Segundo o estudo do i9 Social, a média dos 19 municípios da CIMRC no número de casos de covid-19 por 10 mil habitantes situava-se, no final de abril, nos 24,2, superior à média da região Centro (16,5), mas inferior aos 30,1 casos do continente português.

Ainda levando em conta o número “reduzido” de casos de covid-19 confirmados na Figueira da Foz, o investigador do i9 Social refere que a principal causa “para o forte aumento do desemprego tem de ser atribuída a outro fenómeno, sendo o mais provável o efeito negativo causado pelas restrições impostas à atividade económica num concelho especialmente dependente do turismo, hotelaria e restauração”.

O estudo conclui, por outro lado, que a situação do concelho da Figueira da Foz quanto ao desemprego “é preocupante, mas não surpreendente”, argumentando que aquele município “já apresenta, cronicamente, um excesso de desemprego”.

A esse propósito, o documento do i9 Social refere que o peso relativo do desemprego registado na Figueira da Foz no total da Região de Coimbra cifrou-se em 19,4% em abril, quando dois meses antes, em fevereiro, era de 18%.

 

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