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Figueira da Foz: “Pátio de Santo António um caso de beleza objetiva inspirado por Joaquim de Sousa”

Decorreu na manhã de sábado, dia 22 de março, a cerimónia de inauguração das obras de requalificação do Pátio de Santo António, presidida por Pedro Santana Lopes, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, que se fez acompanhar de todo o executivo municipal.
A inauguração foi antecedida por uma cerimónia simbólica com descerramento de uma placa alusiva às as obras de reabilitação do “Cruzeiro da Figueira da Foz”, sito na Rua Heróis do Ultramar, classificado de interesse público. Trata-se de um monumento erigido entre 1910 e 1912 em homenagem aos milhares de pessoas, portugueses e franceses, que pereceram, especialmente de tifoide, durante e após a terceira invasão napoleónica, que teve como protagonista o General Massena.
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Já no Pátio de Santo António, no Largo Silva Soares, onde decorreu a cerimónia de inauguração das obras de requalificação, as quais tiveram um custo de 385.745, 93€ acrescido de IVA, Joaquim de Sousa, Provedor da Misericórdia Obra da Figueira (MOF), mostrou-se visivelmente feliz por “76 anos depois”, o Pátio voltar “ao aspeto que tinha em 1948 quando foi substituído por Art Déco”.
Joaquim de Sousa salientou que “a obra é da Câmara Municipal” e agradeceu a Pedro Santana Lopes por a ter possibilitado, assim como a aquisição do elevador exterior que estará colocado daqui a cerca de 3 meses e que é muito importante “para nós e para os serviços de saúde”.
O Provedor realçou o reatar da relação da MOF com a Câmara Municipal, “finalmente após o saudoso Engenheiro Duarte Silva”, a qual até agora tem sido “bastante benéfica”.
“Esta obra é da Câmara Municipal, deste presidente e de nenhum outro até agora, tirando o Duarte Silva, porque, na realidade isto já estava previsto”, sublinhou Joaquim de Sousa.
Pedro Santana Lopes salientou que o resultado “desta intervenção no Pátio de Santo António parece-me manifestamente”, um caso “de beleza objetiva”, de reposição de “uma beleza afastada algures no tempo”.
Muitas vezes “estes casos de conseguir o belo devem-se ao saber, à determinação, ao arrojo, à mobilização de uma pessoa. O senhor Provedor por todo este seu labor à frente da obra da Misericórdia durante tantos anos, de bem fazer a tantas pessoas de diferentes gerações e diferentes condições, é um exemplo vivo disso mesmo”, advogou Pedro Santana Lopes que enfatizou que “fazer cidade é também repor cidade”, e que tal “não significa que se desconjure ou se censure a intervenção de 1948. “
Para o autarca a opção tomada “representa o exercício do direito a optar entre duas realidades estéticas, num sítio tão importante, dotado de tão rico património e cheio de história”.
“Gostava de lembrar aqui, que, à sua maneira, o Paço de Tavarede, mas muito o Mosteiro de Seiça, são dois exemplos da atenção que devemos devotar e devotamos ao património e à história da Figueira da Foz”, referiu Santana Lopes que frisou também que “ao mesmo tempo que cultivamos, respeitamos e salvaguardamos essa Figueira de sempre, construamos de facto os alicerces da Nova Figueira, que continuará a ser a Figueira de sempre, como é óbvio. A ponte da margem sul; a Variante de Quiaios; as zonas industriais do Pincho, de Brenha; o Campus da Universidade de Coimbra, são disso exemplos “.
Pedro Santana Lopes aproveitou para questionar os presentes se todos terão “a devida noção do que tudo isto representa em termos de mudança de ciclo histórico da Figueira da Foz” todo um conjunto de obras e investimentos conseguidos com “contas do município equilibradas” e com mais 5 milhões de euros de dívida existente no início no mandato, amortizada.
Pedro Santana Lopes deixou ainda uma palavra de agradecimento ao Vereador Ricardo Silva- “grande especialista nas relações entre a Câmara Municipal e a Misericórdia”, assim como ao Arquiteto Rui Silva, autor do projeto. O mesmo referiu também que, apesar de saber que Joaquim de Sousa “é avesso “a homenagens, o mesmo “não se livra”, pois “é nossa vontade homenageá-lo em vida” e “temos pensado na forma de furar essa sua aversão”.
“Ainda estamos à procura da solução certa, mas, uma de duas: um bonito busto neste largo ou então ter uma rua aqui perto com o seu nome”, referiu o autarca.

A cerimónia contou ainda com as intervenções do presidente da Assembleia Municipal, José Duarte e da presidente da Junta de Buarcos e São Julião, Rosa Batista.
José Duarte deixou palavras de agradecimento a Joaquim de Sousa por tudo o que tem dado a “esta casa”. Já Rosa Batista considerou o dia como “um marco histórico”, “era uma vontade, era um desejo”, que se concretizou “e ainda bem”.
“Temos uma obra fantástica, digna do espaço em que está inserida, digna de um registo fiel de memórias, um espaço que pode ser usufruído por todos”, “numa zona próxima daquele que vai ser o futuro da Universidade.”, referiu Rosa Batista.
“Quero acreditar que este espaço e o dia de hoje ficará gravado para memória futura como um dia que devolveu ao Pátio de Santo António, devolveu à cidade, um espaço que merecia há muito esta recuperação, esta entrega”, rematou a autarca.
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