Região

Figueira da Foz inaugura o primeiro centro de investigação municipal dedicado ao estudo das correntes

Notícias de Coimbra | 36 minutos atrás em 12-03-2025

O Município da Figueira da Foz inaugurou ao final da manhã de ontem, 11 de março, o primeiro centro de investigação municipal dedicado ao estudo das correntes marítimas, dos movimentos de areias e das alterações climáticas. 

Instalado num imóvel da década de 1920 – Abrigo de Montanha, que antes de ser quase destruído por um incêndio florestal (1993) funcionou como bar, restaurante e casa de chá, foi depois adquirido e reconstruído pelo município (2001), o Centro de Investigação, um investimento de 549 mil euros (IVA incluído), financiado a 70 por cento por fundos europeus, através do Programa MAR 2030, pretende ser uma referência nacional. 

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De acordo com a Chefe de Divisão de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Económico, Ana Heitor, este “visa promover uma investigação interdisciplinar que contribua para a prevenção e a resolução dos desafios ambientais atuais, à escala local e regional” , enquadra-se “na estratégia de desenvolvimento local do Grupo de Ação Local Pescas Mondego Mar 2030” e apresenta uma “forte cooperação com a Universidade de Coimbra, de forma a complementar a multidisciplinariedade da equipa de investigação municipal”, para já a cargo de três investigadoras – Margarida Gouveia, Joana Rocha e Ana Fernandes, e cuja investigação irá assentar em três linhas temáticas: Estudo Geomorfológico e Ambiental dos Subsistemas Costeiro e Estuarino; Estudo da Subida do Nível Médio do Mar e das suas Implicações na Bacia Hidrográfica do Rio Mondego e Estudo Climatológico, das Emissões e da Qualidade do Ar, nas Zonas Marítima e Terrestre.

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O Centro pretende orientar a sua atuação sobre desafios do concelho da Figueira da Foz, nomeadamente o problema da erosão costeira, assim como as obras que o Porto da Figueira irá realizar para melhorar a acessibilidade marítima ao mesmo.

Para além da inauguração do Centro de Investigação, decorreu, na presença de representantes de várias entidades, em particular de Dina Ferreira – gestora da autoridade de gestão do Programa Mar 2030, a entrega simbólica, por parte do Diretor Executivo da Adelo – Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego, António Santos, do Termo de Aceitação para financiamento do Centro de Investigação.  

António Santos salientou que o projeto deste centro foi incluído “numa parceria alargada no território que serviu para alimentar uma estratégia de desenvolvimento” e que “desde cedo” foi entendido que correspondia à figura de um projeto âncora nessa estratégia, “porque para além dos próprios resultados que esse mesmo projeto produz haverá um efeito indutor no tecido económico e  social, das  diversas atividades que ocorrem no território no sentido de se criar uma dinâmica que beneficie desse projeto.” 

“Há que realçar que a candidatura que nos foi apresentada foi extremamente bem instruída, bem fundamentada, que continha em si as respostas para aquilo que é uma exaustiva grelha de análise que nós temos de aplicar a todas as operações”, referiu o responsável da Adelo. 

 “Chegámos a bom porto, espero que, de facto, este projeto cumpra as expectativas do município, as nossas expectativas e fique ao serviço da comunidade”, salientou António Santos. 

Já Pedro Santana Lopes sublinhou que, apesar de a Figueira da Foz ser conhecida por ser rainha das praias, “o que nós temos que desejar é que a Figueira passe a ser também rainha da investigação, rainha da inovação”.

“Esta característica, esta marca, este selo, tem de ser a essência da nossa identidade”, advogou o presidente da autarquia,  que  frisou que a Figueira da Foz “ama o seu passado, a sua história e as suas tradições” e “nós queremos respeitar o que está para trás para, mas construir uma realidade nova”. 

Para Pedro Santana Lopes “A investigação e a inovação são garantia de que as terras vão progredir evoluir “e a “Figueira da Foz tem de se tornar indispensável para os investigadores nestes domínios do saber”.

A organização das suas linhas de investigação foca-se na monitorização do território e na criação de conhecimento com vista à promoção da gestão da zona costeira e dos recursos hídricos de uma forma sustentável com grande ênfase: na segurança da população; na criação de estratégias de gestão municipal de forma a promover uma melhor qualidade do ar; no incremento da produção de produtos alimentares de forma mais sustentável, com vista ao melhoramento da saúde dos solos e da segurança alimentar local; da conservação e restauro da natureza, bem como, no envolvimento da sociedade civil.

Os seus objetivos incluem o aumento da resiliência e a promoção da mitigação e adaptação às alterações climáticas, minimizando o impacte nos diferentes sistemas produtivos.  A preocupação do retorno à comunidade, dialogando e cooperando com as comunidades e autoridades locais, valorizando o conhecimento tradicional e promovendo a participação cidadã de forma transparente com base numa comunicação clara dos resultados de investigação.

Contribuir para a proteção das comunidades costeiras, para a preservação dos ecossistemas marinhos e para a adaptação às alterações climáticas, garantindo um futuro sustentável para as gerações futuras.

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