Região

Figueira da Foz adia pela segunda vez adesão à Fundação de Serralves

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 01-06-2022

A Câmara da Figueira da Foz voltou hoje a adiar, pela segunda vez, a votação da proposta de adesão ao núcleo de fundadores da Fundação Serralves (Porto), após novas questões levantadas pela oposição.

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Na discussão da proposta, em sessão do executivo, o presidente da Câmara informou que as questões orçamentais que motivaram o primeiro adiamento estavam resolvidas e que iria fornecer mais dados à Assembleia Municipal, que, em abril, ameaçou chumbar a adesão, que implica o pagamento de 100 mil euros em quatro anos.

“Julgo que devemos dar este passo”, disse Pedro Santana Lopes, sublinhando a importância de o município estabelecer intercâmbio com instituições culturais relevantes.

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O autarca invocou ainda o parecer da diretora cultural da autarquia e a grande quantidade de municípios, alguns na região Centro, que já aderiram à Fundação de Serralves.

O vereador Ricardo Silva, único eleito do PSD no executivo, considera que não “há uma justificação razoável para a autarquia apoiar uma instituição com sede e atividade central na cidade do Porto”, sem estarem definidas as contrapartidas para o concelho.

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“É completamente imoral gastar 100 mil euros de dinheiro público para conseguir o empréstimo de obras de arte, quando temos instituições e particulares a ceder gratuitamente, durante 10 anos, obras de arte”, salientou.

O autarca desafiou ainda o presidente do município a revelar o nome de “um só município que tenha ganho projeção nacional ou internacional após se tornar membro fundador da Fundação de Serralves”.

O vereador socialista Carlos Monteiro, ex-presidente da Câmara, defendeu a inclusão de um documento anexo complementar ao protocolo contendo as mais-valias para o município da adesão à Fundação Serralves “para não haver conflito entre a Câmara e a Assembleia Municipal”.

Salientando que o PS viabilizaria a proposta na Câmara, dado que o executivo “tem direito a errar”, Carlos Monteiro alertou para o voto contra da Assembleia Municipal se um documento anexo e o parecer da diretora cultural não acompanhar o protocolo.

“Hoje votarmos a favor é perdermos depois a face na Assembleia Municipal”, sustentou.

Pedro Santana Lopes acabou por retirar novamente o ponto da ordem de trabalhos para efetuar os ajustes propostos, de forma a ser aprovado na próxima reunião, agendada para 15 de junho.

“Não estou preocupado com a adesão, que considero boa para a Figueira da Foz”, disse o presidente da autarquia aos jornalistas, no final da sessão de Câmara, concluindo que os outros municípios que aderiram à Fundação de Serralves “são todos perdulários”.

O autarca referiu ainda, de forma irónica, que vai efetuar o levantamento das exposições “que vieram de graça à Figueira da Foz” e atribuiu o impasse na adesão “a razões políticas que estão sempre por detrás”.

Durante a sessão, Santana Lopes anunciou que, a partir deste mês e até setembro, a cidade vai receber no Centro de Artes e Espetáculos uma exposição sobre Manuel de Oliveira e Agustina Bessa Luís, da Fundação de Serralves.

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