Coimbra
Festival literário “Palavras de Fogo” quer ajudar Pinhal Interior a renascer
Escritores de renome nacional e internacional, como José Luís Peixoto, Luís Sepúlveda ou Mempo Giardinelli, participam na primeira edição do Festival Internacional do Pinhal Interior “Palavras de Fogo”, que se realiza de sexta-feira a segunda-feira.
Segundo Ana Filomena Amaral, presidente da Arte-Via Cooperativa Artística e Editorial, promotora do festival que pretende ser uma homenagem às vítimas dos incêndios florestais de 2017, 33 escritores portugueses e estrangeiros vão estar em mais de uma centena de iniciativas distribuídas por 11 concelhos.
“Pretendemos que esta onda de solidariedade que se manifestou aquando a tragédia [dos incêndios de 2017] se mantenha e que agora se manifeste nesta festa”, disse a responsável, que é também escritora, autora de 11 livros, entre ficção e investigação histórica.
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O evento, refere Ana Filomena Amaral, pretende também “que o Interior seja assim uma espécie de íman, que traga toda a gente deste país aqui para ver as maravilhas, não só naturais, mas culturais que o Interior pode oferecer”.
Clara Pinto Correia, Pedro Mexia, Nuno Júdice, Yao Feng, Hélder Beja, Maria Antónia Palla, António Tavares ou Rui Lourido são outros dos nomes que participam na primeira edição do Festival Internacional do Pinhal Interior “Palavras de Fogo”.
“O tema do painel, que é transversal a todo o festival, é a arte e a cultura como reanimadores de uma região e de um povo. E nós acreditamos que através da arte e da cultura conseguimos realmente catapultar esta região e fazer dela o que ela e todos os seus habitantes merecem, porque o Interior é aquilo que há de mais inestimável”, salientou Ana Filomena Amaral.
As iniciativas do festival, que se estendem por quatro dias, abrangem os municípios de Arganil, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Pedrógão Grande, Penela, Sertã e Tábua.
O festival conta com o alto patrocínio do Presidente da República, que participa no sábado na sessão solene do evento, na Castanheira de Pera, seguida de jantar com todos os participantes, e foi hoje apresentado na vila do Espinhal, no concelho de Penela, distrito de Coimbra.
Nessa ocasião, será também apresentado o projeto de Residência Literária na Casa Bissaya Barreto pelo município de Castanheira de Pera, que, no próximo ano, deverá acolher os primeiros escritores.
Para o presidente da autarquia de Penela, Luís Matias, o festival literário internacional surge no contexto que tem “sido o posicionamento do município e de um conjunto de concelhos de baixa densidade de aproveitar as catástrofes e os problemas, como oportunidades”.
O autarca considera que, “dificilmente, se vai conseguir encontrar um conjunto de condições e circunstâncias que possam ser tão favoráveis a defender aquilo que é a necessidade de investir nestes territórios e, muitas vezes, o investimento não é financeiro”.
“Estamos a falar de algo muito mais profundo, que é investir nas pessoas e acreditar que não existem territórios condenados ao fracasso nem ao insucesso e que podemos ter aqui dinâmicas e iniciativas tão boas ou melhores das que se fazem nos grandes centros urbanos”, frisou.
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