Cidade

Festival em Coimbra para que ninguém tenha medo da poesia

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 30-12-2013

O festival de poesia Mal Dito vai realizar a sua segunda edição entre 20 e 23 de março, em diversos espaços de Coimbra, querendo dar um enfoque “à poesia que passa ao lado” do grande público.

“Estávamos fartos de eventos de poetas para poetas, de uma pessoa se sentir deslocada e afastada nesse tipo de eventos”, explicou Sandra Cruz, uma das responsáveis pela organização do festival, considerando que o festival Mal Dito quer ser “um evento inclusivo”, reunindo não só poetas e editores mas todas as pessoas que “gostam de poesia”.

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O festival, que se realizou, pela primeira vez, em março de 2013, não pretende “iluminar ninguém”, querendo responder à falta que os organizadores sentem de se “dizer poesia uns aos outros”, disse Sandra Cruz à agência Lusa.

Na edição de 2014 irão ser repetidas algumas iniciativas que já decorreram em 2013, como a homenagem a poetas falecidos no ano anterior ao festival, declamação de poesia por crianças, apresentação e lançamento de livros e revistas, exposições, performances, uma feira do livro de poesia apenas com editores independentes e uma oficina de tradução em que serão apresentadas e lidas as traduções.

A organização quer ainda propor aos comerciantes da baixa de Coimbra que tenham poemas nas suas montras, durante os dias do festival, assim como divulgar um percurso poético de locais ligados a poetas que passaram pela cidade, como Herberto Hélder, António Nobre, Eugénio de Castro ou Carlos de Oliveira.

O Mal Dito, segundo Sandra Cruz, tem como objetivo “partilhar” poesia que vá “para além do ‘mainstream'”, não querendo, com isso, ter qualquer pretensão de assumir uma postura “subversiva”.

“Queremos que as pessoas deixem de ter medo da poesia”, frisou Maria Sousa, outro elemento da organização e responsável pela editora “do lado esquerdo”, considerando que a primeira edição “funcionou muito bem”, tendo sido “bonito ver Coimbra ligada à poesia”.

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A editora contou que todos os eventos organizados pelo festival serão de entrada livre, exceção feita aos eventos absorvidos pelo Mal Dito que serão organizados por outras entidades.

Nesta edição, como aconteceu na anterior, haverá “pré-eventos” de divulgação do festival, como apresentações de livros, leituras ou tertúlias.

“Organizámos tudo sem dinheiro, nem apoios”, referiu Miguel Carvalho, outro responsável pela organização do festival.

O também livreiro e alfarrabista disse ainda à Lusa que o evento procura “fazer chegar geografias literárias distintas a públicos distintos”.

A equipa de sete pessoas que compõem a organização do festival abrange quatro editoras da cidade, sendo elas “do lado esquerdo”, “Debout sur l’Oeuf”, “Besouro” e “Medula”.

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