Saúde

Fernando Regateiro vai dar aulas em Cabo Verde

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 18-06-2014

O professor Fernando Regateiro, da Universidade de Coimbra, disse hoje à agência Lusa que “está tudo encaminhado” para iniciar o ensino da Medicina, em Cabo Verde, já no próximo ano letivo.

Fernando Regateiro falava na sua qualidade de representante da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) no processo negocial com a Universidade de Cabo Verde (UNICV) para a instalação de um curso de Medicina neste país africano.

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O catedrático de Coimbra, que é também o responsável da FMUC para a cooperação internacional com os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), recordou que, “há cerca de meio ano”, Cabo Verde e Portugal celebraram um protocolo através do qual o Governo português “assumiu o compromisso de apoiar a instalação do ensino da Medicina” no arquipélago.

“Foi com naturalidade que esse encargo foi atribuído à Faculdade de Medicina de Coimbra”, disse.

Fernando Regateiro esteve em Cabo Verde, entre 27 de maio e 06 de junho, a fim de redigir “um relatório sobre o enquadramento do ensino da Medicina” no país e o respetivo plano de estudos.

A elaboração do documento “incluiu a auscultação de diversos membros do Governo, do bastonário da Ordem dos Médicos de Cabo Verde, de responsáveis por instituições públicas e privadas, de médicos e personalidades da sociedade cabo-verdiana”, segundo o autor, além de um “debate interno” com a reitoria e docentes da UNICV.

Entre outros objetivos, o relatório visava “a ponderação final, pelas autoridades políticas e académicas, sobre a viabilidade do lançamento do curso” ainda no ano letivo de 2014-2015.

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A ideia desta colaboração entre a FMUC e a UNICV surgiu há de cinco anos, quando Regateiro, na qualidade de presidente dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), visitou a Cidade da Praia, tendo mantido contactos com António Correia da Silva, então reitor da UNICV e atual ministro de Ensino Superior, Ciência e Inovação.

Na altura, o professor de Coimbra realçou que a FMUC tem “uma boa experiência de ensino à distância com os Açores que, com as necessárias adequações, poderia ser colocada ao serviço” de Cabo Verde.

Em abril, Regateiro já tinha enviado aos responsáveis académicos e ao ministro do Ensino Superior “documentos respeitantes à calendarização das etapas para o lançamento do ensino da Medicina e ao perfil do médico a formar”.

Os candidatos ao novo curso deverão ter uma classificação mínima de 17 valores, disse hoje à Lusa.

Os três primeiros anos letivos decorrerão na Universidade de Cabo Verde, os dois anos seguintes em Coimbra e o último novamente na UNICV.

Os promotores inserem a criação do curso de Medicina “na dinâmica de intervenção valorativa do estado cabo-verdiano nos seus espaços geoestratégicos”, com abertura de algumas vagas para alunos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e também, posteriormente, de outros países da costa ocidental de África.

Entre os fundamentos da criação de “um curso de Medicina robusto, seguro e de qualidade”, em Cabo Verde, conta-se “a determinação política firme” do Governo local, salientou Fernando Regateiro.

 

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