Cidade
Fernando Gouveia estranha timing de Manuel Machado para o retirar MRG do Convento de São Francisco
A MRG, construtora a quem foi adjudicada a obra do centro de congressos do Convento São Francisco decidiu falar. Fernando Gouveia, o gentil CEO da construtora, acompanhado de quadros da entidade que dirige, conversou durante mais de 90 minutos com a comunicação social local.
O empresário nega que a MRG alguma vez tenha agido de má fé, uma indirecta que vai direitinha para Manuel Machado, que tem feito varias acusações à empresa onde colaborou o seu “irmão” João Vasco Ribeiro.
Para início de conversa, Fernando Gouveia garante que eventuais atrasos se devem às reparações não previstas na cobertura do convento, que a CMC demorou mais de uma ano a resolver.
A descoberta de mais de 600 cadáveres na Necrópole também obrigou à suspensão das obras , o que impediu a concretização de cerca de 50% da empreitada.
O empresário diz que a obra está quase pronta. Referiu que não se arrepende de ter pedido o que muitos consideram pouco para construir o centro de congresso, salientando que a obra orgulharia a MRG.
Fernando Gouveia lamenta que a MRG tenha sido obrigada a comprar cadeiras estrangeiras para o auditório quando tinha nacionais com a mesma qualidade a metade do preço. (Percebe-se que quer dar entender que aqui há gato).
A MRG garante que ao longo de todo o processo procurou soluções consensuais, das quais salientou o recurso a arbitragem independente, o que foi recusado pelo actual executivo
A construtora alega que Novembro de 2013 suspendeu os trabalhos por a CMC não querer contratualizar a realização de cerca de 1, 5 milhões relativos a alterações ao projecto.
O Presidente do Conselho de Administração da MRG “não sabe” responder se a sua empresa foi envolvida numa guerra entre o anterior e actual poder local, mas sempre foi adiantando que lhe custa entender os timings políticos, antes de afirmar que acredita que o Convento será inaugurado em 2016, um ano antes das próximas eleições, acrescentamos nós.
A MRG conta que só decidiu a resolução unilateral do contrato e recorrer ao Tribunal Administrativo quando já não lhe restava outra solução e adianta que vai impugnar a posse administrativa por parte da CMC, salvaguardando que está disponível para um entendimento com a autarquia e a atitude colaborante que adoptou na “entrega das chaves” do Convento.
O presidente da Câmara, Manuel Machado, anunciou no dia 28 de fevereiro que o município se preparava para proceder à posse administrativa da obra, embora esperasse que o conflito com a construtora se resolvesse “a bem”.
Manuel Machado falava aos jornalistas, depois de, naquele dia, com o arquiteto responsável pelo projeto, Carrilho da Graça, a equipa projetista, responsáveis pela fiscalização da obra, e autarcas das forças políticas representadas no executivo e assembleia municipal, ter visitado o Convento de São Francisco e os trabalhos para a sua reabilitação e construção do centro de convenções da cidade.
Quatro dias antes, a Câmara tinha decidido, por unanimidade, notificar a MRG, manifestando a sua intenção de resolver o contrato de execução da obra.
Esta posição surgiu depois de, uma semana antes, a construtora ter movido uma ação contra o município, reclamando a resolução do contrato da obra e uma indemnização de cerca de oito milhões de euros.
Na ação, a construtora argumenta, designadamente, com a falta da revisão dos projetos e com atrasos, cuja responsabilidade imputa aos serviços da autarquia.
Manuel Machado explicou a tomada de posição da Câmara, entre outros motivos, com o “incumprimento reiterado das ordens do dono da obra” por parte da MRG, em relação a diversas “anomalias” apontadas na sequência de várias ações de fiscalização e com os “graves prejuízos” provocados pela suspensão dos trabalhos, assumida pela empresa, em 21 de novembro de 2013.
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