Crimes

Federação de jornalistas diz que 65 profissionais foram mortos em serviço em 2020

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 anos atrás em 12-03-2021

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) denunciou hoje que 65 profissionais de comunicação social foram mortos em serviço em todo o mundo em 2020, mais 17 do que no ano anterior.

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No seu relatório anual, a FIJ refere que o elevado número de jornalistas mortos em serviço nos últimos anos só tem comparação com os registados na década de 1990, e que, atualmente, mais de 200 profissionais estão detidos como causa direta do seu trabalho.

O assassínio de jornalistas ocorreu em 16 países na sequência de ataques que os visavam ou à bomba e em incidentes com fogo cruzado.

Desde 1990, ano em que começou a fazer este tipo de contagem, a FIJ indicou que já foram mortos 2.680 jornalistas.

“O reinado implacável dos barões do crime no México e a violência de extremistas no Paquistão, Afeganistão e Somália, bem como a intolerância na Índia e nas Filipinas contribuíram para o contínuo derramamento de sangue na imprensa”, indicou o secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger.

Pela quarta vez nos últimos cinco anos, o México lidera a lista de países em que mais jornalistas foram mortos (14), seguido do Afeganistão (10), Paquistão (nove), Índia (oito), Filipinas e Síria (ambos com quatro) e da Nigéria e Iémen (ambos com três).

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A FIJ deu conta de que dois jornalistas foram mortos no Iraque e na Somália, enquanto um foi abatido no Bangladesh, Camarões, Honduras, Paraguai, Rússia e Suécia.

Além do assassínio de jornalistas, a FIJ adianta no relatório que, até este mês, há o registo de 229 profissionais de comunicação social presos devido à ação do seu trabalho, com a Turquia a liderar a lista, com pelo menos 67, à frente da China (23), Egito (20), Eritreia (16) e Arábia Saudita (14).

“Nenhuma democracia digna desse nome pode prender mensageiros da liberdade de expressão”, disse Bellanger.

Entre os atualmente presos está o jornalista da agência noticiosa Associated Press (AP) Thein Zaw, preso em Myanmar enquanto cobria manifestações contra a tomada do poder pelos militares, a 01 de fevereiro. Hoje, um tribunal de Mianmar estendeu o período de prisão preventiva.

Thein Zaw, de 32 anos, e pelo menos seis outros profissionais de comunicação social foram acusados de violar a lei de ordem pública, segundo o seu advogado e também a Associação de Prisioneiros Políticos local.

A associação adiantou, por outro lado, que pelo menos 38 outros jornalistas continuam detidos em Myanmar desde o golpe de Estado militar que derrubou o regime democraticamente eleito de Aung San Suu Kyi.

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