Governo
FCT assina contratos com 54 instituições que vão receber 204 cientistas
A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) assina na segunda-feira contratos-programa com 54 instituições que irão receber 204 investigadores selecionados este ano pelo Programa Investigador FCT, anunciou hoje a fundação.
A assinatura dos contratos decorre numa cerimónia no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, que visa também assinalar “a meta atingida em apenas duas edições do programa: mais de 350 posições de Investigador FCT atribuídas”, pode ler-se num comunicado da instituição.
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Segundo o mesmo documento, na primeira edição do concurso, em 2012, foram atribuídas 159 posições de Investigador FCT e este ano são mais 204.
“Até 2016, prevê-se o recrutamento de 1.000 investigadores excecionais, para desenvolvimento de linhas de investigação inovadoras em centros de investigação portugueses”, sublinha a FCT.
À segunda edição concorreram 1.489 investigadores, dos quais foram selecionados 204 por “painéis internacionais, com base em critérios de excelência científica”.
Entre os investigadores aprovados, 26 vêm de instituições estrangeiras para fazer investigação em Portugal.
Na sexta-feira, o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, anunciou que seriam nesse dia divulgados os resultados do concurso Investigador FCT, segundo os quais 204 “cientistas de excelência” receberiam financiamento num valor global de cerca de 13 milhões de euros.
Numa pergunta ao ministro, datada de sábado, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda questiona que a cerimónia de assinatura dos contratos-programa ocorra numa altura em que o concurso está ainda a decorrer.
Na pergunta do BE, a que a Lusa teve acesso, o deputado Luís Fazenda escreve que, segundo o regulamento do concurso, os contratos deveriam ser assinados apenas após a publicação da lista por ordem de classificação dos candidatos, que está sujeita a um período de dez dias para reclamações, e apenas após este período é considerada uma lista final.
O deputado bloquista diz que, ou se trata de “uma manobra de propaganda de governo”, ou então o executivo fez “tábua rasa do regulamento do concurso, o que é inadmissível”.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da FCT explicou que a cerimónia se realiza de facto numa altura em que o concurso ainda está a decorrer, mas isso “de modo algum prejudica novas candidaturas que ainda venham a ser aprovadas”.
“Qualquer candidatura que venha a ser aprovada poderá ser incluída e novos contratos assinados”, disse a mesma fonte, sublinhando que os contratos-programa de segunda-feira serão assinados entre a FCT e as instituições que receberão cientistas, e não com os investigadores selecionados.
Os contratos com os cientistas serão assinados posteriormente entre eles e as instituições que os acolhem.
O programa Investigador FCT “visa criar as condições para o estabelecimento de cientistas de renome internacional em Portugal, através da atribuição de financiamento por cinco anos aos mais talentosos e promissores cientistas, em todas as áreas científicas e nacionalidades”, pode ler-se no comunicado da FCT.
A ideia, diz o presidente da FCT, Miguel Seabra, citado no comunicado, é “criar um corpo estável de investigadores de excelência para reforçar a competitividade internacional das instituições nacionais”.
“O programa estimula a vinda de investigadores estrangeiros para Portugal e, em simultâneo, contribui para manter no país os melhores cientistas, em todos os domínios a ciência”, acrescenta.
Na cerimónia de segunda-feira estarão presentes a secretária de Estado para a Ciência, Leonor Parreira, e o presidente da FCT, Miguel Seabra.
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