Medicamentos
Farmácias querem que médicos possam prescrever serviços farmacêuticos
A Associação de Farmácias de Portugal defende que os médicos deviam poder prescrever aos utentes os serviços farmacêuticos, como a preparação de medicação para doentes que tomam muitos fármacos, mediante comparticipação do Estado.
Esta é uma das “sete prioridades para as farmácias e para a saúde dos portugueses” definidas pela Associação de Farmácias de Portugal, uma das duas associações do setor, num documento a que a agência Lusa teve acesso.
A associação defende uma “maior interligação entre os diversos profissionais” da saúde e entende que os médicos do Serviço Nacional de Saúde deviam poder prescrever aos seus doentes o recurso a serviços farmacêuticos, que seriam depois comparticipados pelo Estado.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da associação, Manuela Pacheco, dá como exemplo a preparação de medicamentos para doentes que tomam muitos fármacos e que por vezes são vulneráveis e se confundem ou enganam nas tomas.
As farmácias têm competência e capacidade para separar, preparar e organizar esta medicação para os doentes ou para os seus cuidadores, refere.
Segundo Manuela Pacheco, é possível organizar a medicação em caixas por dias de semana e tomas e deixar tudo preparado para facilitar a vida do doente ou do seu cuidador, bastando combinar a periodicidade com que se faz o levantamento na farmácia.
“Libertam-se recursos do SNS, garante-se um acompanhamento próximo dos utentes, promove-se a adesão à terapêutica e eficácia nos tratamentos, evita-se a progressão da doença e, consequentemente, diminuem as situações de urgência, internamentos e baixas médicas prolongadas”, defende a Associação de Farmácias de Portugal (AFP).
No documento em que elenca sete prioridades, a associação pretende um “maior reconhecimento do Estado dos serviços” prestados pelas farmácias, seja alargando os serviços que podem ser prestados, seja comparticipando os serviços.
Quanto ao alargamento de serviços, a AFP refere que as farmácias podem fornecer mais medicamentos a utentes dos que agora são apenas disponibilizados pelos hospitais, à semelhança do que aconteceu com os fármacos para a infeção VIH/sida nas farmácias.
Outras medidas consideradas prioritárias passam pelo “regresso do sistema de aplicação de margens fixas nos preços dos medicamentos” e pela “adoção de políticas que permitam diminuir o desequilíbrio de preços dos medicamentos em Portugal face aos restantes países da União Europeia”.
Tal como a outra associação do setor – a Associação Nacional de Farmácias -, também a Associação de Farmácias de Portugal se manifesta contra a existência de farmácias em hospitais do SNS.
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