Educação
“Faltam professores porque o Governo falhou ao país e à escola pública”
O BE acusou hoje o Governo de ter falhado “ao país e à escola pública” e por isso faltarem professores, com o PEV a manifestar “espanto perante a preocupação e promessas” do PS sobre a colocação destes profissionais.
Nas declarações políticas de hoje durante a reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República, o BE usou todo o seu tempo para falar da falta de professores – com críticas ao Governo do PS, mas também a anteriores executivos do PSD – e o PEV, apesar de se ter debruçado sobre outros temas, terminou a sua intervenção com o dedo apontado aos socialistas nesta área.
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“Faltam professores porque o Governo falhou ao país e à escola pública”, acusou a deputada do BE Joana Mortágua.
A bloquista tinha afirmado que a falta de professores tem origem em “muitas razões, mas isso não significa que haja soluções”.
“Alterar a norma travão, fazer uma vinculação extraordinária, apoiar professores deslocados nos transportes e habitação, reconhecer direitos aos professores com horários incompletos, diminuir a dimensão dos quadros de zona pedagógica, rever a formação inicial, permitir a progressão na carreira”, elencou como exemplos de “algumas das soluções propostas pelo BE e até agora negadas pelo PS”.
Acusando o executivo socialista de não estar preparado para enfrentar esta falta de professores, Joana Mortágua enfatizou que esta não é uma herança que partilhe com os socialistas.
Anteriormente, pelo PEV, a deputada Mariana Silva tinha terminado a sua intervenção – que passou por diferentes temas como a pandemia, os transportes públicos e a necessidade de encontrar soluções para que o voto nas legislativas não seja impedido devido ao surto epidémico de covid-19 – precisamente focada na questão dos professores.
“Uma vez que falamos sobre as escolas, não queremos deixar passar a oportunidade para manifestar o nosso espanto perante a preocupação e as promessas correspondentes que o PS revelou nos últimos dias quanto à colocação dos professores”, atirou.
De acordo com a deputada do PEV, “há milhares de professores sem trabalho e milhares de alunos sem professores”, enquanto “há professores do Norte que são colocados a sul e vice-versa” e “professores em todo o país que ficam a dar aulas a centenas de quilómetros de casa”.
“O PS tirou da cartola a promessa de que vai agora alterar o concurso de colocação de professores para que não andem com a casa às costas. Como vai fazer não diz, quando vai fazer não diz, mas agora vale tudo”, criticou, numa referência a promessas em período eleitoral.
Para Mariana Silva, “o primeiro-ministro que ameaçou demitir-se porque a Assembleia da República ia decidir devolver aos professores direitos que lhe foram roubados nunca quis responder aos professores”.
“Palavras leva-as o vento”, avisou.
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