Coimbra
Falta de uma unidade pediátrica de queimados é uma “pecha terrível” – Associação
O presidente da Associação Amigos dos Queimados (AAQ) afirmou hoje que em Portugal não há nenhuma unidade pediátrica de queimados, O que se trata de uma “pecha terrível” e “penalizante”.
“Em termos de adultos as nossas unidades [queimados] responderam razoavelmente bem. Agora, em termos de crianças é uma pecha terrível, não termos uma unidade pediátrica em Portugal”, afirmou o presidente da AAQ, Celso Cruzeiro.
Este responsável, que falava à margem do XI Congresso Nacional de Queimados, que está a decorrer em Pedrógão Pequeno, Sertã, explicou que a ausência de uma unidade pediátrica de queimados é uma luta da AAQ que já tem “barbas”.
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“Está sempre a ser prometida. Fecharam a unidade infantil da Estefânia em 2005 porque iriam fazer uma nova. Nem temos a velha, nem temos a nova. E as nossas crianças são tratadas em condições que não são as ideais. Aí sim, penso que é uma pecha que realmente é muito penalizante”, sustentou.
Já sobre os incêndios de 17 de junho de 2017, em Pedrógão Grande, disse que a tragédia pode ser uma lição, sendo que nunca houve uma intervenção a nível nacional como a do verão passado, quer através das instituições de saúde, governamentais ou de apoio psicológico e de apoio às casas que arderam.
“Isto realmente é um exemplo brutal da mobilização de recursos. O que se pretende é que isto não seja uma ilha, não é. E que Pedrógão se estenda a todo o país e a todos os incêndios, este tipo de apoio” frisou.
Defendeu ainda que se pode fazer muito em termos de prevenção e em termos de mobilização de populações, da limpeza das matas e, fundamentalmente, apoiar o meio rural.
“O que pretendemos aqui é que Pedrógão (…) perdure e que sirva de lição para nós nos prepararmos para prevenir. O fundamental é prevenir, mas também para apoiar os que ficam e os que se queimaram, porque os que morreram, infelizmente, já não se pode fazer nada por eles”, disse.
Celso Cruzeiro sublinhou que não há nenhum país no mundo que esteja preparado para uma catástrofe porque, para isso, tinham de ter recursos quase infindáveis.
“A resposta vai ser sempre condicionada pela dimensão da catástrofe. Agora em termos de adultos, as nossas unidades [de queimados] responderam razoavelmente bem”, concluiu.
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