Coimbra

Exposição mostra a fase mais sensível do ciclo de vida dos peixes da costa portuguesa

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 26-07-2019

Na próxima terça-feira, dia 30 de julho, às 10 horas, é inaugurada, na secção da peixaria do Mercado Municipal D. Pedro V, em Coimbra, a exposição fotográfica “Estádios planctónicos de peixes da costa portuguesa”, da autoria de vários investigadores do Centre for Functional Ecology (CFE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

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A exposição, que ficará patente ao público até 30 de outubro, das 7h às 19h, com entrada gratuita, tem como objetivo ilustrar a fase mais sensível, e também mais desconhecida, do ciclo de vida dos peixes, dando a conhecer a extensão das transformações que várias espécies sofrem até à sua fase adulta. 

Coordenada pelos investigadores do CFE Ana Lígia Primo, Filipe Martinho e Miguel Ângelo Pardal, a mostra reúne uma coleção de 22 fotografias de larvas de peixe. «Algumas formas adultas destas espécies estamos habituados a ver nas bancas do mercado e no nosso prato, e outras, apesar do seu reduzido valor comercial, representam um papel fundamental nos ecossistemas costeiros», afirmam os investigadores.

Os ovos e os estádios iniciais do ciclo de vida dos peixes são denominados de ictioplâncton (do grego ikhthus, peixe, e planktos, errante). Desprovidos da capacidade de contrariar as correntes oceânicas, estes permanecem na coluna de água ao sabor das ondas. Um peixe adulto pode desovar milhões de ovos que, ao eclodirem, originam as larvas, as quais pouco se assemelham aos estádios juvenis e/ou adultos. 

Até atingirem a sua forma definitiva, passam por uma série de transformações: desde a abertura da boca, que lhes permite começarem a alimentar-se na coluna de água, ao desenvolvimento das barbatanas que usam para nadar. Esta fase é considerada uma das mais sensíveis do ciclo de vida dos peixes e daí a sua importância.

Desde 2003, o grupo de Ecossistemas Marinhos e Costeiros do CFE tem vindo a estudar as comunidades de ictioplâncton do estuário do Mondego e da zona costeira adjacente, analisando a sua composição e a sua ligação com os fatores ambientais e alterações climáticas. A recolha destes organismos é feita com recurso a uma rede de malhagem fina (0,5 mm) que é arrastada à superfície e/ou no fundo por uma embarcação a motor. Os organismos retidos na rede são conservados para posterior identificação em laboratório.

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