Coimbra
Exército ajuda a limpar Montemor-o-Velho
Um contingente de 44 militares do Exército estão a ajudar o concelho de Montemor-o-Velho a regressar à normalidade, colaborando em trabalhos de limpeza e na contenção e preservação de estruturas, afirmou hoje a autarquia.
Quatro equipas do Exército estão a ajudar a remover árvores de cima de casas, sendo que o núcleo de engenharia está ainda “a fazer trabalhos de contenção e preservação de estruturas”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão.
PUBLICIDADE
“Foi uma dádiva do céu”, vincou o autarca daquele concelho do distrito de Coimbra, um dos mais afetados pela tempestade Leslie, na noite de sábado.
Entretanto, o município já definiu locais para encaminhar e depositar resíduos resultantes da tempestade, que existem em todas as juntas e uniões de freguesia do concelho.
Segundo Emílio Torrão, os maiores problemas agora verificam-se na reposição total da energia elétrica: “há várias empresas que ainda não têm luz para poder laborar, devido a falhas nas ligações de baixa tensão”.
“Disponibilizámos o balcão móvel da Câmara à EDP para que essas situações sejam resolvidas. Estamos a dar prioridade às empresas ainda sem luz e a pessoas com doenças que carecem de aparelhos elétricos”, acrescentou.
O autarca frisou que ainda há “muitos troços sem luz” e que, a nível das telecomunicações, continuam a registar-se muitas falhas: “A fibra ótica está uma desgraça”.
Em declarações à Lusa, Emílio Torrão realçou que foi feito um “levantamento exaustivo, suportado em documentos, segundo o prazo estabelecido”, esperando “que o esforço voluntário de 40 funcionários da autarquia até altas horas da noite seja recompensado pelo Governo com medidas” para apoiar as populações.
Para além dos danos nas habitações, o presidente da Câmara de Montemor-o-Velho chamou a atenção para a situação que diz ser crítica na área da agricultura.
“Os secadores do arroz foram muito afetados e, sem secadores, o arroz não pode ser tratado e secado”, e pode ficar estragado, salientou, considerando que nas culturas de milho poderá registar-se uma perda de mais de metade da produção, caso não seja feita a colheita entretanto.
Na educação, a escola de Arazede reabriu hoje, mantendo-se fechadas a escola primária e jardim-de-infância do Seixo e a Escola Básica 2, 3 da Carapinheira – os estabelecimentos de ensino mais afetados pela tempestade.
No entanto, a autarquia assegurou a deslocalização dos alunos do Seixo e do 1.º e 2.º ciclos da Carapinheira, que vão estar a ter aulas temporariamente no Centro Escolar de Montemor-o-Velho.
“A Câmara está, desde hoje, a assegurar o transporte dos alunos”, acrescentou.
Já os alunos do 3.º ciclo da Carapinheira continuam sem aulas, estando à espera da chegada de contentores, assegurados pelo Ministério da Educação, para poderem retomar os estudos, explanou.
De acordo com Emílio Torrão, estima-se que até ao final do ano civil continuem fechadas essas duas escolas.
As obras de recuperação da escola do Seixo serão suportadas pela autarquia, já as obras da congénere da Carapinheira vão estar a cargo do Ministério da Educação, explanou.
Os prejuízos causados pela tempestade Leslie na região Centro ultrapassam os 80 milhões de euros, de acordo com os dados preliminares avançados pelas câmaras municipais mais afetadas.
A passagem do Leslie por Portugal, no sábado e domingo, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.
A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.
Related Images:
PUBLICIDADE