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Ex-presidente do Boavista nega regresso do Brasil em avião com 500 quilos de droga
O antigo presidente do Boavista João Loureiro disse hoje à Lusa que ia regressar do Brasil para Portugal no avião onde foram apreendidos 500 quilos de cocaína, mas desistiu de o fazer antes desta apreensão, sendo “alheio” à situação.
“Ia regressar a Portugal nesse voo [onde foi apreendida a droga] junto com vários outros passageiros, mas já tinha desistido de o fazer” antes de o assunto ser espoletado, afirmou o jurista, numa mensagem escrita à Lusa.
João Loureiro referiu que, na altura da operação policial que culminou na apreensão da droga e que aconteceu em Salvador, estava em São Paulo.
“E acredito que talvez o tenha sido devido ao meu pedido para que houvesse uma inspeção rigorosa ao avião”, sublinhou.
A 10 de fevereiro, a Polícia Federal do Brasil apreendeu meia tonelada de cocaína com destino a Portugal escondida num avião particular, na sequência de uma inspeção que agentes daquela força policial fizeram à aeronave, estacionada na pista do Aeroporto Internacional de Salvador.
Dizendo-se “completamente alheio” ao que se passou, o ex-presidente do Boavista Futebol Clube vincou que fez questão de por “mote próprio” falar com as autoridades brasileiras na qualidade de testemunha, antes de regressar a Portugal.
Situação que “demorou mais um tempo” devido aos vários feriados de Carnaval naquele país.
João Loureiro confessou estar “tranquilo” desde então até agora e, por respeito às autoridades brasileiras e pelo segredo de justiça do processo, não prestará mais declarações públicas.
“Aproveito ainda para agradecer profundamente as muitas mensagens de solidariedade que me têm chegado de Portugal”, concluiu.
Dois dias depois da apreensão de droga, a administração da empresa portuguesa OMNI Aviação e Tecnologia explicou, em comunicado enviado à Lusa, ter sido contratada para fazer um voo executivo, com saída de Portugal e destino ao Brasil e, subsequente, regresso a Portugal poucos dias depois.
Os passageiros a bordo eram um cidadão português e um espanhol e a tripulação, composta por três pessoas.
Na nota de imprensa, a empresa esclareceu ainda que a informação de que dispunha era de que os passageiros viajavam por motivos profissionais, tendo o voo ocorrido a 27 de janeiro, depois de inicialmente previsto para 26.
“Sucede que, quando o voo saiu de Cascais ainda não havia a informação/publicação do Despacho nº 1125-D/2021, de 27 de janeiro, através do qual se procedia à suspensão de voos de e para o Brasil (a partir das 00:00 do dia 29 de janeiro”, informou.
Motivo pelo qual o voo de ida e regresso foi autorizado, acentuou.
Posteriormente, e tendo tomado conhecimento do despacho que punha em causa a autorização para o voo de regresso a 01 de fevereiro, a OMNI Aviação foi notificada para fazer novo pedido de autorização, mas como “voo de repatriamento”.
Contudo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) recusou este pedido a 08 de fevereiro, um dia antes da apreensão da droga, por o voo não cumprir os requisitos de um “voo de repatriamento”, aclarou a empresa.
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