Coimbra
Ex-presidente da Câmara do Fundão interrogado no Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra
O deputado do PSD Manuel Frexes afirmou hoje que vai esclarecer no local próprio “todas as dúvidas e suspeitas” que lhe são imputadas enquanto presidente da Câmara do Fundão e sublinha que sempre preservou o interesse público.
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“Esse cabal esclarecimento deve ser e será feito no lugar próprio, ou seja, no seio do processo, em colaboração com a justiça, a fim de desfazer quaisquer dúvidas quanto a irregularidades encontradas em contratos de elaboração de projetos ou fiscalização de obras, demonstrando que a minha conduta sempre preservou o interesse público, não tendo havido favorecimento de empresas nem, alguma vez, tenha obtido qualquer vantagem patrimonial”, afirmou Manuel Frexes.
O deputado e presidente da Distrital de Castelo Branco do PSD falava durante uma conferência de imprensa, realizada na sede dos sociais-democratas na cidade albicastrense, sobre as acusações que lhe são imputadas pelo Ministério Público que o constituiu arguido por suspeitar de alegados crimes de prevaricação e corrupção nas antigas funções de presidente da Câmara do Fundão.
“Como devem compreender, a matéria que aqui vou abordar está em segredo de justiça e como tal, deve a mesma ser tratada em conformidade, cabendo-me precisar e esclarecer alguns factos e opiniões tornadas públicas”, disse.
Manuel Frexes explicou que esteve na quinta-feira no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra a prestar declarações e adiantou que, pela primeira vez, foi-lhe concedida autorização para que tivesse acesso integral ao processo.
“Tal circunstância irá agora permitir o esclarecimento, ponto por ponto, de todas as dúvidas e suspeitas que me são imputadas no exercício das minhas funções de presidente da Câmara Municipal do Fundão, cargo que me orgulho de ter exercido de janeiro de 2002 a janeiro de 2012”, frisou.
O deputado do PSD nega que alguma vez tenha obtido qualquer vantagem patrimonial, tal como foi tornado público recentemente.
“A propósito de vantagem patrimonial, foi tornado público que teria recebido um apartamento em Lisboa. Quero esclarecer que nunca recebi qualquer apartamento e que não tive nem tenho qualquer apartamento em Lisboa, nem eu, nem ninguém da minha família, sejam a minha mulher ou as minhas filhas”, sublinhou.
Estranha ainda que tenha sido contactado por um jornalista, pouco tempo depois de ter saído de Coimbra, onde foi prestar declarações ao DIAP.
“Ainda não tinham decorrido duas horas da minha saída de Coimbra, quando recebi um telefonema de um senhor jornalista que demonstrava ter conhecimento pormenorizado do processo e me interpela sobre a recente diligência”, frisou.
Frexes realça que estamos em ano eleitoral e, por esse facto, deixa algumas questões: “Gostaria de perguntar, a quem aproveita esta violação do segredo de justiça e o meu julgamento na praça pública, sem que ainda tenha sido sequer acusado”.
“Gostaria de sublinhar quão conveniente é esta violação e a quem ela, objetivamente aproveita. Será que é necessário desviar as atenções de outros processos e de outras situações ou será que é necessário promover o interesse de alguém que queira ser deputado”, questionou.
O deputado social-democrata deixou estas interrogações e explicou que dada a natureza do que está em causa não se irá pronunciar mais sobre este assunto.
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