Coimbra
Ex-presidente da AAC teve cancro no cérebro. Agora, quer apoiar alunos sem posses a pagar o tratamento médico
“Uma bandeira pessoal de vida”. O ex-presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), Renato Daniel, quer criar uma associação para ajudar alunos sem posses financeiras a pagar os tratamentos médicos.
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A revelação do licenciado em Bioquímica e mestre em Economia teve lugar durante o discurso de (Des)Tomada de Posse no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.
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Nessa longa intervenção, e onde teve oportunidade de focar os principais destaques do seu mandato, Renato Daniel reconheceu a importância da criação do Fundo Social António Luiz Gomes.
“Um fundo que permite atribuir bolsas e apoios a estudantes que estão em situações de fragilidade e, em situações de carência socioeconómica”, referiu.
No mandato do ex-dirigente, e fruto da sinergia entre a Associação Académica de Coimbra (AAC), Universidade de Coimbra (UC), Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC) e a Queima das Fitas, foram atribuídos mais de 20 mil euros em bolsas.
“Este ano, anunciámos o alargamento do fundo para 60 mil euros, aumentámos o valor da atribuição da bolsa para 1,8 IAS, cerca de 910€ e, criámos um mecanismo que muito me orgulha enquanto estudante e, enquanto ser humano”, disse.
Tratou-se de uma linha de apoio para estudantes portadores de doenças crónicas e para auxiliar os estudantes com despesas relacionadas com a saúde. Uma medida que, pessoalmente, se trata de “uma bandeira para toda a vida”.
Na prática, tratam-se de apoios financeiros “para jovens que tenham de fazer tratamentos, ou precisem de ajuda por questões relacionadas com a sua saúde”.
Depois da instituição que dirigiu ter aberto “a caixa de pandora”, Renato Daniel afirmou que deixaram de haver “desculpas para que um estudante que não tem dinheiro não tenha possibilidades de comprar os óculos novos ou de tratar um cancro”.
Uma decisão que o vai acompanhar ao longo da sua vida, pois para além de “uma luta de vida” trata-se também de “uma bandeira pessoal de vida”.
E explicou porquê: “Tive o desafio de, recentemente, ultrapassar um cancro no cérebro e não considero que seja justo nenhum estudante ficar para trás apenas pela sua condição de saúde. Esta é uma luta que nos convoca a todos e, espero poder contar com todo o vosso apoio, a quando o momento certo, com a constuição de uma associação para o efeito. A saúde e o bem-estar dos jovens é o maior tesouro que uma sociedade necessita de salvaguardar”, frisou.
Reveja a intervenção de Renato Daniel (declaração emotiva a partir dos 48’48”)
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