Crimes

Ex-fuzileiro acusado do homicídio do agente da PSP admite ter tentado pontapear agressores

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 11-04-2023

 O ex-fuzileiro Cláudio Coimbra, um dos acusados do homicídio do agente da PSP Fábio Guerra, admitiu hoje que tentou pontapear pessoas que o agrediram à saída de uma discoteca em Lisboa.

Cláudio Coimbra, que falava na primeira sessão de julgamento no Campus de Justiça, disse não saber ao certo se atingiu alguém com os pontapés mas admitiu, em resposta a perguntas da juíza presidente Helena Susano, que quando tentou pontapear as pessoas que o tinham agredido momentos antes, algumas delas “já estavam no chão”.

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O agente da PSD Fábio Guerra, de 26 anos, morreu em 21 de março de 2022, no Hospital de São José, em Lisboa, devido a “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, em Alcântara, quando se encontrava fora de serviço.

O Ministério Público (MP) acusou em setembro os ex-fuzileiros Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko de um crime de homicídio qualificado, três crimes de ofensas à integridade física qualificadas e um crime de ofensas à integridade física simples no caso que culminou com a morte do agente da PSP Fábio Guerra.

No seu depoimento, Cláudio Coimbra explicou ao tribunal que as altercações começaram no interior da discoteca entre uma pessoa de nome Cláudio Perreira e Clóvis Abreu, este último o terceiro suspeito da morte de Fábio Guerra, mas que se encontra desaparecido, sendo procurado pelas autoridades.

O ex-fuzileiro referiu que Cláudio Pereira, que foi expulso da discoteca pelos seguranças, aguardou à saída da discoteca pelo grupo, começando por o agredir com um soco na cara. Em resposta, o seu colega Vadym Hrynko deu um soco em Cláudio Pereira, que caiu ao chão.

Cláudio Coimbra disse que tentou agredir Cláudio Pereira mas falhou o pontapé, tendo, na confusão que se gerou, recebido um soco na face, vindo de trás, da autoria de Fábio Guerra e adiantou que uma rapariga interveio para separar os envolvidos na contenda, mas que as agressões continuaram, tendo na resposta a essas agressões tentado pontapear os agressores, alguns deles já no chão, mas sem ter noção de ter atingido alguém.

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Antes, também Vadym Hrynko depôs como arguido, negando veementemente que tivesse pontapeado alguém na cabeça que estivesse de pé ou caído no chão e demarcando-se do golpe fatal que supostamente terá levado à morte do agente Fábio Guerra.

Vadym Hrynko admitiu, no entanto, que durante os confrontos no exterior da discoteca desferiu um soco em Fábio Guerra e afastou-o com um pontapé, para defender Cláudio Coimbra, afirmando que não viu Cláudio Coimbra a pontapear Fábio Guerra na cabeça.

O julgamento vai prosseguir durante a tarde de hoje, depois de durante a manhã Miguel Santos Pereira, advogado de Cláudio Coimbra, ter apresentado dois requerimentos que o tribunal ficou de apreciar mais tarde.

Neste julgamento, com tribunal de júri, as testemunhas vão depor por videoconferência no âmbito do regime de proteção de testemunhas, uma situação que a defesa entende ser desnecessária e violadora do princípio da imediação da prova.

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