Crimes
Ex-consultor da Rede de Judiarias julgado por alegado desvio de 115 mil euros
O ex-consultor da Rede de Judiarias de Portugal Marco Baptista começa na quinta-feira a ser julgado por alegadamente se ter apropriado de 115.640 euros daquela instituição, que tem sede em Belmonte, distrito de Castelo Branco.
Marco Baptista, que também foi candidato à Câmara da Covilhã nas últimas eleições autárquicas, está acusado de um crime de burla qualificada e de três crimes de falsificação de documentos, ilícitos que terão sido praticados entre final de outubro e início de novembro de 2017.
“O arguido agiu de forma livre, voluntária e consciente com o propósito concretizado de obter uma quantia monetária a que sabia não ter direito, bem sabendo que o fazia através de um engano que astuciosamente provocou”, lê-se na acusação a que a agência Lusa teve acesso.
O Ministério Público sublinha que Marco Baptista “decidiu aproveitar-se da total confiança” que gozava juntos dos elementos da direção, bem como do seu conhecimento relativo aos procedimentos adotados nos pagamentos e, dessa forma, “apropriar-se” de quantias monetárias que pertenciam à associação.
Segundo é referido, Marco Baptista concretizou os seus intentos através da “manipulação digital” de documentos bancários, tendo ainda recorrido à digitalização de assinaturas para dar a “ilusão” de que os documentos “forjados” tinham sido assinados pelo presidente e pelo vice-presidente da Rede de Judiarias, cargos respetivamente desempenhados pelo presidente da Câmara de Belmonte, António Dias Rocha, e pelo presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita.
Nos factos é ainda sublinhado que o arguido também forjou um recibo verde de pagamento e que estabeleceu comunicação com a entidade bancária através de um endereço de ‘email’ da Rede de Judiarias, conseguido assim convencer o banco que o pedido de transferência de 115.640 euros tinha sido “regularmente emitido” pela associação.
“A transferência foi efetuada no dia 03 de novembro de 2017 e a partir deste dia o arguido abandonou a associação e ausentou-se para parte incerta, mantendo-se incontactável”, acrescenta a acusação, que também detalha os movimentos do dinheiro realizados nos dias seguintes, nomeadamente com transferências para outras contas do arguido e de familiares.
A primeira sessão do julgamento está marcada para quinta-feira, às 09:30, no Tribunal de Castelo Branco.
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