Tribunais

Ex-companheiro viola, mutila e humilha cabeleireira. “Monstro” condenado a 16 anos

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 semana atrás em 11-04-2025

Imagem: Instagram

O Tribunal de Santarém proferiu esta quinta-feira, 10 de abril, a sentença de talvez um dos casos mais chocantes de violência doméstica dos últimos anos.

Hélio Santos, ex-companheiro da cabeleireira Filipa Rodrigues, de Tomar, foi condenado a 16 anos de prisão por um conjunto de crimes marcados pela brutalidade e frieza com que foram cometidos.

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A juíza descreveu os factos em tribunal com palavras como “massacre”, “crueldade” e “brutalidade”, deixando claro tratar-se de um caso que ultrapassa os contornos habituais deste tipo de crime, ainda que tenha sublinhado que nenhuma forma de violência doméstica deve ser encarada como “normal”, descreve o Tomar na Rede.

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O coletivo de juízes considerou provada quase toda a acusação. Um vídeo gravado pelo próprio agressor durante o ato de violação e agressões a Filipa foi determinante para a decisão. A alegação de que a relação sexual teria sido consentida foi desmontada pelas imagens, que mostram gritos de dor e sofrimento da vítima. A prova material incluiu ainda o relatório médico das agressões, a amputação de um dedo de Filipa, e múltiplos indícios de humilhação, vigilância e controlo ao longo da relação.

A violência não se limitou à companheira. A filha do casal, hoje com 16 anos, também foi alvo de ameaças de morte e insultos constantes por parte do pai, que chegou a pôr em causa a sua paternidade. O tribunal considerou-o culpado por violência doméstica contra ambas.

Hélio Santos, que se encontra detido preventivamente na prisão das Caldas da Rainha desde março de 2024, foi condenado por seis crimes: violência doméstica contra a companheira e contra a filha, violação, ofensa à integridade física qualificada (na forma tentada), gravações ilícitas e posse de arma proibida. Os crimes de sequestro e acesso ilegítimo não foram dados como provados.

Além da pena de prisão, o arguido terá de indemnizar Filipa Rodrigues em 75 mil euros e a filha em 10 mil euros, cobrindo ainda todas as despesas médicas e psicológicas de ambas. Fica também proibido de contactar ou se aproximar da vítima durante cinco anos após o cumprimento da pena e deverá frequentar programas obrigatórios de reabilitação no âmbito da violência doméstica.

À chegada ao tribunal, familiares de Hélio gritaram “força, Hélio”. Do lado da vítima, ninguém esteve presente.

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