Coimbra
Europeias: Oposição reforça apelos para “censura” ao Governo PSD/CDS-PP
A quatro dias das eleições, os líderes partidários da oposição reforçaram os apelos ao voto como forma de censurar o Governo PSD/CDS-PP e as políticas de austeridade.
Num almoço comício em Fafe, o secretário-geral do PS, António José Seguro, disse que tem ouvido milhares de portugueses a dizerem-lhe “tirem-nos de lá, corram com eles”, numa alusão ao executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
“Pois bem, a quatro dias das eleições, é agora, chegou o dia que tanto esperaram. É a hora de, com o voto de cada português, fazermos justiça, censurarmos este Governo e votarmos na mudança para dar de novo esperança e confiança aos portugueses”, declarou o secretário-geral do PS, António José Seguro, num comício em Fafe.
Depois desta intervenção, e perante uma notícia do jornal ‘online’ Observador que dava como certo que “o PS já prepara moção de censura ao Governo”, o cabeça de lista socialista, Francisco Assis, disse que isso não está “neste momento” na agenda do PS e defendeu que “nem deve estar” até ao próximo domingo.
Questionado pelos jornalistas à margem de uma ação de campanha em Vila Verde, Braga, Assis reiterou a ideia de que espera “uma grande moção de censura nacional” na eleição de domingo.
Antes, em Fafe, Assis tinha acusado o Governo e os partidos que o compõem de serem “socialmente insensíveis e economicamente incompetentes” porque as “teorias económicas em que se baseiam nunca deram provas em lado nenhum do mundo”.
Também para o Bloco de Esquerda, a “grande moção de censura será um grande voto contra a direita”, disse o coordenador bloquista, João Semedo, durante uma “arruada” na baixa de Lisboa, pedindo o voto para “derrotar a direita” e para “derrotar a austeridade”.
Na candidatura do Bloco de Esquerda às eleições para o Parlamento Europeu, Marisa Matias alertou para o impacto negativo da austeridade no combate à diabetes em Portugal, prevendo a quase duplicação de casos na próxima década e a má alimentação é uma das causas.
O voto como castigo ao Executivo foi também a ideia forte do discurso do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, num comício na terça-feira à noite, em Setúbal, onde defendeu que as eleições serão uma oportunidade para “dar um pancadão” no Governo da maioria PSD/CDS-PP.
Na campanha da CDU, em Aljustrel, João Ferreira voltou a dirigir as críticas ao PS, desafiando os socialistas a assumir a reposição dos rendimentos retirados a “reformados, pensionistas e idosos” e não somente o fim da Taxa Social Única, como prometido na terça-feira pelo líder socialista.
Na campanha da coligação Aliança Portugal, foi divulgada uma carta do líder do CDS-PP, Paulo Portas, aos militantes na qual defende a ideia de que votar no PS é “premiar o infrator”.
“Compreendo bem as dificuldades, as dúvidas e mesmo a insatisfação perante os anos difíceis que passámos, pelo que a dependência externa nos forçou a fazer, para recuperar um país que recebemos à beira da bancarrota”, lê-se numa carta de Portas aos militantes, a que a agência Lusa teve acesso.
Na missiva, o também vice-primeiro-ministro defende que, “se alguma razão ou força faltasse, o anunciado regresso de José Sócrates à campanha eleitoral é suficiente” para constituir um alerta.
Em Óbidos, os candidatos da Aliança Portugal elogiaram a “pedagogia europeia” da intervenção do comentador político e ex-líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa na terça-feira, valorizando a sua presença por contraste com a ausência de Mário Soares na campanha socialista.
“Ele é uma pessoa que nos consegue sempre surpreender, isso faz parte das suas características”, afirmou Paulo Rangel aos jornalistas, quando questionado se tinha ficado surpreendido com o teor do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na terça-feira à noite em Coimbra, em que apelou ao voto em Juncker para presidente da Comissão Europeia.
Marcelo Rebelo de Sousa juntou-se à campanha da coligação PSD/CDS-PP num jantar comício, em Coimbra, e dedicou o seu discurso a apelar ao voto na candidatura de Jean-Claude Juncker, referiu ser essa a “razão fundamental” por que tenciona votar na Aliança Portugal no domingo.
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