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Europeias: Números do PIB suscitam críticas ao Governo, maioria diz que são boas notícias
Os números do INE sobre a economia dividiram hoje os candidatos às eleições europeias, com o PS a reclamar uma mudança urgente de políticas e a coligação a registar “boas notícias”, no quarto dia da campanha eleitoral.
O mar e as pescas e a “economia azul” como referiu o cabeça de lista do PSD/CDS-PP, Paulo Rangel, a agricultura e a produção nacional foram também temas suscitados pelos candidatos dos partidos com assento no Parlamento Europeu.
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Para Rangel, os números do INE, que indicam uma quebra do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7 por cento no primeiro trimestre do ano face ao anterior, “lidos com cuidado, e com atenção, são boas notícias”.
Em Sesimbra, o candidato disse tratar-se de um “ligeiro arrefecimento” que não põe em causa o crescimento homólogo, de 1,2 por cento, que disse ver como garantia de que “as coisas não estão a derrapar, muito pelo contrário”.
Perante os mesmos números, o cabeça de lista do PS, Francisco Assis, lançou um forte ataque ao Governo PSD/CDS-PP e reclamou uma mudança urgente de política em Portugal. “É urgente uma mudança política em Portugal. As políticas de austeridade absoluta que estão a ser prosseguidas por este Governo, em obediência cega a uma orientação doutrinária extremista, estão a produzir resultados catastróficos”, advogou Assis, que esteve em Coja, Arganil.
O secretário-geral do PS, António José Seguro, junta-se hoje à comitiva da campanha de Francisco Assis, no comício da noite em Leiria.
À margem de um comício em Évora, onde visitou também instalações da universidade, o cabeça de lista da CDU, João Ferreira, os números da economia revelam “um crescimento zero” ao longo de um ano e contrariam a “propaganda do Governo” que disse ser o responsável pela “maior recessão em que o país mergulhou desde a II Guerra Mundial”.
“Precisamos de apostar decididamente na produção nacional. A maneira de o país dever menos é produzir mais”, afirmou o candidato, que defendeu a revisão da Política Agrícola Comum para “reconhecer as especificidades de cada Estado-membro em termos de produção e quotas para acabar com as desigualdades”.
A bloquista Marisa Matias visitou durante a tarde, em Lisboa, a associação Alzheimer Portugal, um tema que lhe é muito caro – foi autora do relatório sobre a Iniciativa Europeia sobre aquela e outras doenças.
A eurodeputada, que se recandidata, disse que o número de pessoas com Alzheimer atinge os 153 mil em Portugal, havendo apenas três centros de dia especializados, com capacidade para 45 pessoas.
Na comitiva do Bloco de Esquerda, que esteve no porto de pesca de Sesimbra pouco antes da caravana da coligação Aliança Portugal, Marisa Matias acusou a direita de, na Europa, estar ao lado daqueles que têm destruído a pesca em Portugal.
“A direita, no Parlamento Europeu, disse que bateu o pé a Angela Merkel mas na verdade o que fez foi pisar a pesca. A pesca artesanal, a capacidade de decisão em termos das quotas a pescar e estamos dependentes de um modelo que serve aos países nórdicos mas que não serve a países como Portugal”, criticou a candidata bloquista.
No mesmo local, pouco depois, o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP afirmou-se empenhado na defesa de um projeto do Partido Popular Europeu, designado “economia azul”, sobretudo na exploração dos recursos marinhos e biológicos da plataforma continental, o “ouro do mar”, e não tanto nas pescas, cujo desenvolvimento disse apresentar limitações.
O dia da Aliança Portugal tinha começado na Cova da Piedade, Almada, com uma visita a um centro paroquial, com a segunda candidata do CDS-PP (oitava na lista), Ana Clara Birrento, a entrar na campanha nacional.
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