Governo
Europeias: Aguiar-Branco defende que haverá consensos se for procurado o interesse nacional
O presidente da Assembleia da República considerou hoje que haverá consensos políticos se os diferentes partidos procurarem identificar o interesse nacional, defendeu que é testemunha desse esforço e que o parlamento trabalha nesse sentido.
Estas posições foram transmitidas após o discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria.
Questionado se o resultado das europeias reforça a necessidade de diálogo entre PS e os partidos da Aliança Democrática (PSD e CDS-PP), José Pedro Aguiar-Branco referiu que, enquanto presidente da Assembleia da República, já trabalhava “para que esse consenso existisse, naquilo que é o interesse nacional”.
“A tentativa de se chegar a consenso, a tentativa de se chegar ao interesse nacional é sempre um desafio da Assembleia da República. O estímulo para o diálogo deve existir sempre, já existia antes e continuará”, declarou.
Pela sua parte, Aguiar-Branco acentuou que, enquanto presidente da Assembleia da República, assiste “todos os dias a essa tentativa de se chegar a consensos”.
“No que depender do presidente da Assembleia da República, contribuirei para isso. As pessoas esperam que na Assembleia da República se resolvam os problemas das pessoas. É para isso que nós trabalhamos. O interesse nacional está acima dos interesses partidários – e espero que isso continue e que agora seja reforçado”, declarou o antigo ministro social-democrata, ainda numa alusão aos resultados das eleições europeias de domingo.
Ainda sobre a questão dos consensos políticos, o presidente do parlamento afirmou “há uma proliferação grande na Assembleia da República, como em todas as assembleias parlamentares da Europa”.
“É um novo desafio e lá estaremos. Se procurarmos o interesse nacional, chegaremos a consensos”, vincou.
O PS venceu as eleições europeias de domingo com 32,1% e oito eurodeputados, à frente da Aliança Democrática, que teve 31,1% e sete mandatos, segundo os resultados provisórios.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o Chega, que elegeu dois eurodeputados, foi a terceira força política, com 9,79%.
Também com dois deputados eleitos, a Iniciativa Liberal (IL) obteve 9,07% dos votos.
O Bloco de Esquerda (BE) recolheu 4,25% dos votos e a CDU (PCP/PEV) 4,12%, obtendo um eurodeputado cada.
As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas centram-se este ano em Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, concelhos fustigados pelos incêndios de junho de 2017, de que resultaram 66 mortos e 253 feridos. Estes fogos destruíram também cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
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