O Sexo e a Cidade

EU AMO COIMBRA. (mas não parece!)

O SEXO E A CIDADE - Opinião | Satírico, Sarcástico e Humorístico | 2 semanas atrás em 28-08-2024

De Manuel a Carlos, voltando a Manuel, que reapareceu depois de António, chegando a José que nos desgoverna, Coimbra tem sido um bom exemplo de má imagem gráfica de um território que não se apaixona pelo desejo de requinte. Quando o e-leitor pensava que pior seria impossível, eis que surge este rabisco “Eu Amo Coimbra”, obra que faz antever que Deixou-me a mala no comboio pode vir a ser transformado no hino da cidade esburacada para entrar o MetroBus.

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A história enviada pela CMC é assim: A Câmara Municipal de Coimbra lançou, em abril, um concurso para a conceção da imagem gráfica do slogan “Eu Amo Coimbra”, com a finalidade de ser aplicado numa estrutura de rua, e já são conhecidos os vencedores.

O concurso, lançado em abril, indicava que a identidade visual do slogan “Eu Amo Coimbra” deveria incorporar valores de pertença, de orgulho e de paixão pela cidade, consubstanciados através de um design gráfico contemporâneo, forte, apelativo, dinâmico, num conceito gráfico, original e, sobretudo, impactante.

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Foram entregues 25 propostas na CM de Coimbra, tendo, contudo, sido excluídas nove dessas propostas por não cumprirem o regulamento do concurso, detalha a autarquia.

Segundo a autarquia, “Depois de avaliadas as propostas, o primeiro prémio foi atribuído ao concorrente Paulo Pereira, que centrou o seu trabalho no Fado e na Canção de Coimbra, introduzindo na peça um coração, que simboliza o amor pela cidade, e uma guitarra, numa alusão ao género musical da cidade, ao património imaterial e à palavra saudade. A peça, pelas suas dimensões, permite que se seja fotografado de pé, sentado ou recostado dentro do coração. Adicionalmente, a instalação prevê a inclusão de um banco contínuo, que acompanha o muro e complementa a função estética da composição. Em reconhecimento ao seu mérito criativo, Paulo Pereira será agraciado com um prémio monetário no valor de 7.500 euros e um Prémio de Reconhecimento Público, tendo o seu nome inscrito na própria obra”.

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Já o segundo lugar foi atribuído ao concorrente Paulo Fidalgo, que dá o nome de “ilha dos amores” à sua peça. A criação é inspirada na trágica história de D. Pedro e D.ª Inês de Castro e integra um coração flutuante, preenchido por um padrão baseado na ponte pedonal Pedro e Inês, que serve de referência para todo o universo cromático da marca. A peça inclui, ainda, uma versão estilizada do Arco de Almedina, “outro elemento de grande importância para a cidade de Coimbra”, com 20 metros de largura por 10 de altura. Paulo Fidalgo sugere que a sua criação fique situada no leito do rio Mondego e argumenta que, apesar de não ser visitável, “pode ser fotografada a partir de vários pontos, sempre com a cidade como pano de fundo”. A proposta vem complementada com a inserção da marca em vários produtos de merchandising. O concorrente vai receber um prémio de 3.000 euros.

Catarina Castro foi a concorrente que ficou em terceiro lugar. Na conceção da sua peça, a artista desconstruiu o slogan “Eu Amo Coimbra”, recordando que é uma forma de assumirmos “com determinação um sentimento forte de amor, orgulho e pertença (…). Este amor é um fator de identificação, de empatia e de união”. O seu trabalho assenta, portanto, no orgulho pela história da cidade, pelo seu passado, mas também pela construção do futuro, pelas gerações vindouras e por todos os seus habitantes. Tomando como ponto de partida figuras emblemáticas da cidade, desde o estudante ao ilustre escritor Miguel Torga, passando por personagens históricas como a Rainha Santa Isabel e os amantes Pedro e Inês, a artista desenvolveu uma proposta que complementa a estrutura apresentada, com a inscrição ‘Eu Amo Coimbra’. As letras são em monobloco, iluminadas, de alumínio reciclado lacado, com estruturas de reforço interior e frentes em acrílico reciclado. As personagens podem ser criadas em dois materiais alternativos, plástico reciclado ou alumínio reciclado. Todas as estruturas têm uma componente de iluminação. A proposta vem complementada com a inserção da marca em vários produtos de merchandising. A concorrente vai receber um prémio de 1.500 euros.

 A avaliação foi realizada por um júri, composto pelo vice-presidente da Câmara, Francisco Veiga, a diretora do Departamento de Cultura e Turismo, Maria Carlos Pêgo, e o chefe da Divisão de Compras e Logística, Pedro Monteiro.

O relatório do júri pode ser consultado na íntegra aqui.

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