Coimbra
Estudantes querem lançar nova campanha contra alegada discriminação na Universidade de Coimbra
Um grupo de estudantes, que denunciou casos de preconceito contra mulheres, homossexuais e brasileiros, a partir das redes sociais, quer agora lançar uma campanha de sensibilização, tendo o apoio de associações de estudantes estrangeiros da Universidade de Coimbra.
Um grupo de estudantes, que pertencia à lista R – lista derrotada nas eleições para a Academia de Coimbra, em novembro -, denunciou casos de preconceito em Coimbra, a partir da rede social ‘Facebook’, considerando que as reações públicas da Universidade de Coimbra (UC) e da Faculdade de Letras (FLUC) a essa campanha foram “insuficientes e imprecisas”.
A Universidade de Coimbra, em comunicado, considerou que “algumas das afirmações” que os estudantes faziam na campanha “eram falsas”, refutando “a acusação de que haja um ambiente de xenofobia” na UC.
As denúncias “não são um assunto menor”, sendo “importante” lançar “uma nova campanha de consciencialização”, afirmou hoje Alexandra Correia, líder da lista R, hoje à tarde, numa conferência de imprensa, no Átrio das Químicas, em Coimbra.
A iniciativa procura ter o apoio de associações de estudantes estrangeiros da UC, sendo que as associações de estudantes do Brasil, Angola e Moçambique já se mostraram recetivas a participar.
A campanha pretende combater todas as formas de discriminação, como “a homofobia, o machismo ou a xenofobia”, disse Alexandra Correia, referindo ainda que “há queixas a serem conduzidas”, apesar de não informar quantas foram apresentadas formalmente.
Segundo a estudante de Sociologia da UC, “as pessoas não fazem denúncias com medo de represálias ou porque não acreditam na eficácia dos mecanismos da universidade”.
“Todos temos um caso para contar”, disse Agnes Aguiar, estudante brasileira na FLUC, frisando que a campanha “não procura votos”, mas sim “consciencializar” a comunidade estudantil.
Durante a conferência de imprensa, foi também avançado que, a 4 de fevereiro, irá ser organizada uma reunião, aberta a toda a comunidade estudantil, para se desenvolverem novas ações de sensibilização contra “o preconceito e a discriminação”.
Agnes Aguiar sublinhou também que a direção da FLUC se mostrou “favorável” a desenvolver “um inquérito anónimo sobre o número de casos de preconceito existentes” na faculdade.
Fernando Câmara, presidente da Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros de Coimbra, afirmou à agência Lusa que “existem casos isolados, mas frequentes” de discriminação, sendo que “os estudantes de mobilidade estão mais propícios a serem vítimas dessas atitudes”.
Clara Almeida Santos, vice-reitora da UC, em declarações à agência Lusa, considerou que a universidade “acompanha de muito perto todas as situações que são sinalizadas e presta todo o apoio possível”, considerando que a UC “não está a falhar em nada”.
A Universidade de Coimbra tem atualmente mais de 4000 estudantes estrangeiros, de mais de 90 nacionalidades.
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