Cidade
Estudantes negam acusações de vandalismo em antiga república de Coimbra
Os antigos inquilinos da República 5 de Outubro, em Coimbra, extinta em novembro, recusaram no domingo as acusações de vandalismo por parte do senhorio, considerando-as uma tentativa de denegrir a imagem das repúblicas de estudantes.
Em comunicado de imprensa, os últimos inquilinos afirmam estar de “consciência tranquila quanto aos factos” de que são acusados, referindo que os moradores da República 5 de Outubro (um apartamento) “sempre zelaram pela casa onde, durante 43 anos, habitaram”, realizando, ao longo dos anos, “obras de caráter urgente e indispensável”.
A República 5 de Outubro viu a renda ser aumentada de 12,5 euros para 764 euros, a 01 de agosto, tornando-se “impossível” para os últimos quatro repúblicos pagarem a renda, saindo ao fim de três meses de incumprimento.
A proprietária do imóvel onde estava a República 5 de Outubro, recentemente extinta, em Coimbra, acusou, em novembro, os antigos inquilinos de destruírem o apartamento, em danos avaliados em mais de 50.000 euros.
As acusações, segundo os repúblicos, “visam proceder a um julgamento sumário, através da comunicação social, na tentativa de denegrir”, não só a imagem da República 5 de Outubro, mas, “inevitavelmente, de todas as repúblicas de Coimbra”.
“Durante os últimos anos, a senhoria encetou inúmeras tentativas de expulsar os moradores da República 5 de Outubro, através de ações judiciais que se revelaram infrutíferas”, afirmam no comunicado, frisando que só com a entrada em vigor da nova lei do arrendamento a senhoria “conseguiu concretizar os seus intuitos”.
O advogado da senhoria, Pedro Proença, afirmou à agência Lusa que a sua cliente verificou, na sequência da ação de despejo que decorreu no início de novembro, que “as canalizações em cobre tinham sido arrancadas, o quadro elétrico exterior à casa arrancado, assim como as louças sanitárias e elementos de iluminação no teto”.
A proprietária do imóvel onde estava a república pretende agora processar os antigos arrendatários por “prática de um crime de dano”.
O Conselho de Repúblicas de Coimbra exigiu, num comunicado divulgado a 28 de novembro, que quer “a anulação imediata da nova lei do arrendamento”, considerando que este novo regime pode levar ao encerramento de mais repúblicas.
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