Universidade

Estudantes manifestam-se em Coimbra contra assédio na academia

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 07-11-2023

Cerca de duas dezenas de estudantes manifestaram-se hoje em Coimbra contra o assédio na academia, solicitando a criação de um gabinete independente para acolher queixas sobre eventuais casos que ocorram nos estabelecimentos de ensino superior.

Empunhando cartazes feitos em papelão, onde se podia ler “propinas não pagam assédio”, “boa aventura era não haver assédio” ou “academia não assedia”, os estudantes da Universidade de Coimbra começaram a concentrar-se por voltar das 18:00 na Alta da cidade, junto à estátua do rei D. Dinis.

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Pouco depois começaram a ser entoadas algumas palavras de ordem contra “todo o tipo de assédio”, com a promessa de que “a luta é todo o dia contra o assédio na academia”.

“Assédio abafado, abaixo o patriarcado” foi das frases que mais se fizeram ouvir pelos estudantes presentes, que solicitaram ainda que se acabasse “com gabinetes a fingir”.

De acordo com Camila Marques, uma das alunas que liderou o protesto, os estudantes pretendem consciencializar a comunidade académica para a necessidade de se reportarem os casos de assédio.

“Queremos que se faça um sistema mais efetivo e que realmente funcione. Que se faça um gabinete de denúncias independente da Universidade [de Coimbra], em que quem esteja a ajudar as vítimas não tenha nada a ver com a Universidade”, explicou.

A aluna de mestrado de Sociologia chamou ainda a atenção para a necessidade de essas denúncias garantirem o anonimato das vítimas, bem como apoio psicológico.

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“O gabinete que existe [canal de denúncia interna da Universidade de Coimbra] recebeu 42 denúncias, porém não funciona porque as pessoas que avaliam esses casos estão ligadas à Universidade. Isso causa grande constrangimento, medo de represálias e de perder bolsas de investigação”, sustentou.

Estudantes do ensino superior estiveram hoje em protesto, em várias cidades do país, contra o assédio moral e sexual nas instituições e exigir uma “academia segura e inclusiva”.

As manifestações foram convocadas pelo movimento “Academia Não Assedia”, decorrendo em Lisboa, em frente à reitoria da Universidade de Lisboa; em Coimbra, no Largo de D. Dinis, e em Braga, no ‘Campus’ de Gualtar da Universidade do Minho.

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