Vários estudantes universitários brasileiros, a estudar na cidade de Coimbra, estão a protestar este domingo contra os cortes que o governo de Bolsonaro anunciou para a Educação, acompanhando com cartazes reivindicativos o tradicional cortejo das latas.
Em direto ao Notícias de Coimbra, o estudante Pedro Falcone resumiu os motivos do protesto, destacando os valores elevados das propinas para alunos internacionais e a política de Educação do presidente do Brasil, que vai disputar no final deste mês a segunda volta das eleições brasileiras.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Estudantes Brasileiros de Coimbra, Felippe Vaz, explicou que o protesto é organizado por vários grupos independentes de estudantes brasileiros, que frequentam o ensino superior na cidade. O protesto já começou no Largo D. Dinis ao mesmo tempo do cortejo das latas.
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Participam “alunos da nossa associação, mas também estudantes de diferentes grupos organizados, entre os quais o Grupo de Estudos Brasileiros Maria Quitéria e o Vozes da Democracia. Estão já mobilizados cerca de 50 estudantes, mas contamos com a participação espontânea de mais”, informou na véspera da manifestação.
“Queremos mostrar o nosso descontentamento perante as recentes políticas do governo brasileiro, com cortes de verbas que já estavam destinadas à educação. É um governo pautado pela inconsistência e desvalorização da ciência, o que nos prejudica diretamente aqui como estudantes brasileiros, mesmo estando fora do Brasil”, sustentou.
O representante dos estudantes universitários brasileiros esclareceu ainda que decidiram juntar o seu protesto ao cortejo da latada por entenderem que se trata de um momento conhecido pelas suas reivindicações estudantis.
“A Associação Académica de Coimbra leva reivindicações nacionais e achámos válido levar também esta perspetiva internacional, já que a Universidade de Coimbra é a universidade que abriga o maior número de estudantes brasileiros fora do Brasil”, sublinhou.
Cartazes reivindicativos onde, para além de assinalarem o seu descontentamento perante os cortes que o governo de Bolsonaro anunciou para a Educação, aludem também ao valor da propina internacional, que “é 10 vezes mais alta [7 mil euros anuais] que a de um estudante nacional na Universidade de Coimbra”.
“Já tentámos conversar com a Reitoria [da Universidade de Coimbra], para tentar setorizar a propina de acordo com custo do estudante em cada faculdade mas, apesar da abertura, a resposta tem sido muito lenta”, alegou.
Na lista de reivindicações figura também o pedido de “apoio social para os estudantes internacionais, que estão impedidos de ter apoio social direto por questões governamentais”.
Segundo o presidente da Associação de Estudantes Brasileiros de Coimbra, frequentavam a Universidade de Coimbra, no último ano letivo, cerca de 2.500 alunos brasileiros.
“Este ano sabemos que o número aumentou, embora ainda não tenhamos um número mais exato”, concluiu.
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