Saúde
Estes dois peixes ajudam no combate à depressão
A depressão é uma doença silenciosa. Um diagnóstico médico e a prescrição adequada são passos essenciais. Mas a alimentação também pode ter uma palavra a dizer nestes casos.
Há nutrientes que não devem ser ignorados no tratamento da doença e que podem ser eficazes quando associados à medicação. O ómega 3 dos peixes gordos, como a cavala e a sardinha.
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“A inflamação em si é um processo de resposta do organismo a uma agressão. Mas esta – a inflamação aguda – tem de ser resolvida no tempo. O que acontece é que para a resposta aguda temos o envolvimento de entidades que são muito potentes enquanto agentes inflamatórios, e que são de origem em ácidos gordos ómega 6 cujas fontes alimentares são sobretudo de gorduras animais terrestres”, explica Conceição Calhau, nutricionista, professora universitária e investigadora nas áreas de Bioquímica, Nutrição e Toxicologia Alimentar.
Com uma alimentação com mais ómega 6 e menos ómega 3, e quando há uma agressão, o corpo responde com uma inflamação que, todavia, não é resolvida já que não há produção suficiente de agentes anti-inflamatórios. Quando a inflamação aguda dá lugar a uma inflamação crónica de baixo grau, pode estar na origem de patologias como a diabetes, doenças cardiovasculares e depressão. “Assim, a inflamação aguda dará lugar a uma inflamação crónica de baixo grau. Esta sim, a entidade reconhecida atualmente como associada a diversas patologias como a diabetes, doenças cardiovasculares e, agora também, depressão”, lê-se nesta notícia.
Há aqui substâncias, que exercem as funções benéficas do ómega 3: o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o docosahexaenoico (DHA).
“Devido a estudos clínicos, outros de observação, revisões sistemáticas e meta-análises, a suplementação com EPA e DHA (pelo menos 60% de EPA relativamente ao DHA), mostraram-se eficazes em associação a diferentes fármacos no tratamento quer da depressão major, quer dos sintomas depressivos”, adianta a investigadora.
“Se a situação é o diagnóstico da doença, consoante o caso, a prescrição deverá ser de um suplemento de EPA+DHA (com mais EPA que DHA, pois na depressão a inflamação assume papel relevante, e o EPA é o mais anti-inflamatório). Se a situação fosse a demência, falta de memória, o mais relevante seria o DHA, logo o suplemento deverá ter mais DHA”, acrescenta Conceição Calhau.
O conselho é consumir alimentos fontes de EPA e de DHA, como cavala e sardinha.
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