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Estes cientistas de Coimbra usam IA para prever regenerabilidade de óleo lubrificante

Notícias de Coimbra | 4 meses atrás em 10-07-2024

Uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) está a desenvolver métodos analíticos instrumentais e de inteligência artificial (IA) para prever se um óleo lubrificante usado pode ser regenerado, atendendo ao seu potencial de coagulação.

Os cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC realizam este trabalho em colaboração com a Sogilub – Sociedade de Gestão Integrada de Óleos Lubrificantes Usados, Lda., no âmbito do projeto ‘Intelligent Computation and Analytics for the Regeneration of Oils’ (ICARO).

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Em Portugal, a taxa de regeneração está acima dos 80%, mas alguns óleos usados levantam problemas de coagulação durante esse processo que, se não detetados, provocam uma paragem e consequente perda de todo o óleo potencialmente regenerável, revelou a UC em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

“Os óleos recolhidos nos pontos de recolha (oficinas automóveis e indústria, por exemplo) são encaminhados para os Operadores de Gestão de Resíduos (OGR) e, posteriormente, regenerados em unidades industriais”, explicou o coordenador do projeto, docente do Departamento de Engenharia Química e investigador do Centro de Engenharia Química e Recursos Renováveis para a Sustentabilidade, Marco Reis, citado na nota.

Segundo o docente, o fenómeno de coagulação é complexo e os seus mecanismos não são completamente conhecidos.

Portanto, está-se a “desenvolver uma ferramenta baseada em IA, que permita prever a regenerabilidade desses óleos”, pretendendo-se “que este processo se realize de forma rápida, sem sobrecarregar os laboratórios, pelo que a aquisição da informação deve ser ágil”.

O procedimento atual de deteção, feito durante a admissão dos óleos lubrificantes usados nos OGR, baseia-se num processo laboratorial complexo, demorado e dispendioso, devendo ser melhorado, afirmou a UC.

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Assim, explorou-se “o uso de métodos espetroscópicos, como a espectroscopia MIR e NIR, que permitem recolher a informação química fundamental para alimentar o algoritmo de IA”, acrescentou Marco Reis.

Neste momento, os investigadores da FCTUC estão a iniciar a terceira fase de testes à escala real e os resultados “são muito promissores”.

Segundo o coordenador do projeto, nas duas primeiras fases foram realizados testes em apenas um OGR, mas o plano é estender a vários e, no futuro, “apesar de muito ambicioso”, pretende-se estudar o cenário desta decisão ser tomada logo nos pontos de recolha.

“Os óleos lubrificantes são fundamentais para o funcionamento de muitos tipos de máquinas usadas intensivamente na indústria e na sociedade, pelo que a sua regeneração é crucial para maximizar a eficácia com que se usam os recursos naturais e minimizar o impacto ambiental”.

No projeto, além de Marco Reis, participam os professores Licínio Ferreira, Margarida Quina e Pedro Faia, e os investigadores Tiago Rato, Rúben Gariso e Sofia Braz.

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