Opinião
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Vivemos numa era de sinergias, tornado-se essencial sermos capazes de criar ecossistemas dinâmicos e desafiadores, em que os players se mantenham sempre um passo à frente. Por isso, é importante fazermos um benchmarking competente, que nos permita identificar as práticas mais inovadoras e implementar soluções que agregam valor ao nosso core business. É fundamental ainda que tenhamos um input constante de novos talentos, com um mindset de excelência. O nosso objetivo não pode deixar de ser criar um cluster onde os diferentes stakeholders tenham condições para maximizar os outputs.
No entanto, para navegar neste universo repleto de challengers, uma boa estratégia é crucial, mas inútil se não acompanhada de um approach disruptivo que agregue valor. Temos que alavancar o nosso potencial e criar uma cultura de excelência, marcada pelo networking, que seja um verdadeiro game changer.
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É assim no mundo, é assim em Portugal e é necessariamente assim em Coimbra. Mas numa cidade que acolhe, por exemplo, uma multipremiada incubadora de empresas e diversos atores empresarias com cartas dadas além-fronteiras em áreas de ponta, há outra qualidade que se me afigura como um trunfo ainda maior para atingir esse next level e almejar ser, de facto, the right place to be: a pesporrência discursiva de inúmeros atores sociais e políticos, bastas vezes sublinhada pela utilização gratuita de termos em língua estrangeira, essencial para fingirmos ser tudo aquilo que achamos que os outros devem pensar que somos.
Ainda no passado mês de outubro, no rescaldo de um daqueles eventos com nome para inglês ver – perdão, com nome em inglês – não faltaram inúmeros statements capazes de inspirar até o menos proativo dos cidadãos. Cito de cor, mas creio ter escutado coisas como «A nossa abordagem baseia-se em alavancar o pipeline, tendo como goal uma escalabilidade sustentável». Creio, aliás, que qualquer frase dita com convicção e que inclua uma seleção de palavras – buzzwords, estão a ver? – como excelência, talento ou inovação, apimentadas com algum jargão empresarial em inglês, será suficiente para, em certos ambientes, merecer uma standing ovation.
Perante tudo isto, talvez esteja aqui um novo desígnio para Coimbra: tornar-se, oficialmente, a Capital da Pesporrência. Não será um objetivo fácil de atingir, porque não faltam rivais em várias latitudes. Mas, se nos atirarmos já ao Powerpoint, confio que conseguiremos erguer um verdadeiro hub dos clichês. Até já tenho um slogan: Coimbra, fake it till you make it.
OPINIÃO | PEDRO SANTOS – ESPECIALISTA EM COMUNICAÇÃO
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