Opinião
“Este não é o meu tempo”; olhe que é!
Das profundezas de Trás-os-Montes, um grito: “Este não é o meu tempo”. A Sul, no Mar da Palha, prepara-se destacamento. No Aeroporto Internacional do Montijo, resposta pronta. É, pois, o seu tempo, caro economista. Rolam na pista, de motores ligados e hélices a girar, dois aviões. São os elefantes e bisontes, transporte tático para força de assalto.
Emboscados pela noite, 270 inspetores, equipados, prontos para a maior operação aerotransportada em tempo de assaltos. Surpresa em deslocamento aéreo.
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Cooperação da força aerotransportada e das forças mecanizadas. Estariam autocarros à espera.
Mochilas e arreios, mosquetes e lá se abrem as portas traseiras do transporte tático. Há um sinaleiro é hora de embarcar, voar e desembarcar. Abrem-se as portas do C-130 e do C-295M e vamos conseguir resultado estratégico. É um ataque operacional. Operações aerotransportadas, em conjunto com ataque terrestre, aproximação direta ao adversário. Buscas e assalto e lá estavam as notas. Vivas. Dinheiro vivo, como peixe a chegar à lota, não o almanaque moribundo que quer aumentar capital. A missão é de transporte aéreo tático, não de busca e salvamento,
Aqui não se salva ninguém, a autoridade de Comando Nacional enviou brigada de combate. Desembarcados, regressam os aviões, mas os paraquedistas não saltam.
Até o Maravilha recusou sentar-se à mesa. Chega. Não quer mais pão seco sem conduto. Houve contacto, para abrir o paraquedas em Viseu, Guarda ou Vila Real, mas a geografia, esse castigo, acabou com o namoro.
“Coerência e princípios”, alegou Maravilha. Já o Abreu aceitou tudo. Até as ajudas, que ter no Parlamento Português um deputado a viver em Luanda, além de cosmopolita, faz bem à lusofonia.
A Cristina, que também desertou do desembarque, vai aproveitar a estadia nas planícies alentejanas. Em Coimbra sai Pereira, Melo é na Guarda, no concelho de Gouveia que tem contribuído, e muito, para o trânsito na N-17 e no IP-3.
Não reneguem a política, é um movimento solitário, ou solidário?
Não sei, vou-me a Cinfães, que atrás tem o Solar do Montemuro, vistas deslumbrantes para a serra e papas de perdiz. E vejo, vejo como eles comem as miudezas. Um guisado de miudeza de vitela e um lamento. O autarca de Cinfães, que embarca na infantaria, vai nas listas por Viseu. Surpreendido porque tem de suspender mandato. E assim gastamos erário, estipêndio. Mas o serviço, ó comensais, eficaz, competente e atencioso.
Valha a clareza do Mourisco. Vai por Viseu, em quinto e reconhece o poder da vaga de fogo: “não é possível acreditar que o PS vai eleger cinco deputados, nunca aconteceu, até porque há uma outra força política a crescer”.
Tchau Maravilha, perdeste oportunidade, não vais na caravana eleitoral. Ou talvez ainda haja outra força política a precisar de resultados. A justiça. Uma carta de amor à democracia. Que é “boa para guardar livros. Ou 75.800 euros”, prega o carpinteiro sueco. Já não basta termos de juntar as tábuas, ainda goza. Valha o edredão, de registo sueco e por lá cozido no Bangladesh, “para se aquecerem sozinhos ou coligados”. Valente carpinteiro que oferece “geringonça para o frio”.
É Carnaval, ninguém leva a mal e, defende o carpinteiro, móveis que refletem a vida real, seja lá o que isso for.
Não vejam nisto “propósito de contribuir, seja de que forma for, para o debate partidário e para o atual contexto pré-eleitoral que se vive no país”. Acredito. Tal como nas bruxas.
Um feitiço, talvez com as notas vindas da Madeira ou com o mealheiro da Medina, certo é que arranjaram sete milhões de euros para dar tração elétrica aos comboios da Régua ao Pocinho, na Linha do Douro.
Já chegar a Barca d’Alva são outros quinhentos. Que ele há quem não perceba a estratégia.
Espanha telegrafou e confirma que não irá repor comboios com Portugal, suspensos na pandemia.
Será a corrupção, e o isolamento ibérico, consequência da democracia? Eu vivo bem com democracia e corrupção, o país talvez não se possa dar a esse luxo. Já de fascismos, repúblicas de juízes, eleições por procuração, é que não.
Por isso o aparato militar para sequestrar a democracia, podia ser menos espetacular e mais eficiente. E aí sim, seríamos país decente.
Não o sendo, aproveito o Douro para um mergulho nos meandros da tristeza. Trágica Pátria, sombria, velhaca, e chego-lhe as goelas à garrafa. Pode ser, pode ser, que um dia tenhamos um arremedo de idealização do futuro. Um futuro dramático, seja, mas não um frágil futuro.
OPINIÃO | AMADEU ARAÚJO – JORNALISTA
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