O ‘Chalet Suisso’, cujas obras de requalificação deverão estar concluídas em maio, foi classificado como imóvel de interesse municipal, passando depois a funcionar como espaço museológico e interpretativo, anunciou hoje a Câmara Municipal da Mealhada.
“Este edifício, para além de ser belíssimo, conta a história de toda uma época da vila da Pampilhosa e, por isso, tem todos os argumentos para ser um espaço museológico com atratividade para visita à nossa região e o nosso concelho”, afirmou o presidente da Câmara da Mealhada.
De acordo com António Jorge Franco, a requalificação do palacete, situado na Pampilhosa, está na reta final de “uma cuidada” obra de recuperação, que o transformará num espaço museológico e interpretativo, quer da sua própria história, quer da vida da Pampilhosa e da ferrovia.
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“Esperamos que a obra termine em maio, é esse o nosso objetivo”, acrescentou.
Segundo a autarquia da Mealhada, para a classificação do palacete como património de interesse municipal foi tido em conta o seu valor histórico, “nomeadamente a ligação ao desenvolvimento ferroviário e turístico da Pampilhosa e presença da família real, o valor arquitetónico, a importância cultural e o impacto urbanístico e o seu impacto no reforço da identidade local”.
“O edifício fazia parte de um conjunto arquitetónico ligado ao transporte ferroviário e turismo do século XIX”, informou.
A intervenção no ‘Chalet Suisso’- adquirido em 2017 pela Câmara Municipal da Mealhada por 349.500 euros – inclui interiores e exteriores, com restauro da fachada principal.
Esta intervenção vai permitir “uma leitura mais integral da escala original do edifício, e adaptação funcional para fins culturais, com acessibilidades melhoradas, nomeadamente a instalação de um elevador, e novas infraestruturas, como uma sala polivalente, apta a acolher vários eventos”.
“A empreitada salvaguarda a preservação de elementos históricos, como pinturas murais, estuques e carpintarias decorativas, estando agora prestes a entrar, precisamente, na fase de conservação e restauro de pinturas interiores com especialistas da área”, indicou.
O ‘Chalet Suisso’ tem quatro pisos: cave, constituída por armazéns, adega e arrumos; primeiro piso, com hospedaria, cozinha, sala de jantar e o quarto n.º 11, utilizado pela família real; segundo piso, onde existe o salão nobre, decorado com pinturas murais de paisagens alpinas, tetos estucados e brasões helvéticos; e o terceiro piso, com águas-furtadas, destinadas ao pessoal e apoio aos serviços do hotel.
Os elementos distintivos incluem um grande janelão no andar superior e um relógio na fachada.
Para esta autarquia do distrito de Aveiro, a imponência do edifício – contíguo e virado para a estação ferroviária – marca a baixa da Pampilhosa.
“Combina influências suíças e portuguesas – de telhado inclinado, lambrequins de madeira e com barro vermelho da região nas fachadas, portas e janelas. A influência alpina advém da origem do proprietário, Paul Bergamin, emigrante suíço que marcou a dinâmica hoteleira nacional entre o último quartel do século XIX e o primeiro quartel do século XX”, referiu.
Paul Bergamin mandou construir o palacete em 1886, aproveitando o potencial criado pela existência do caminho-de-ferro no entroncamento entre a linha do Norte e a linha da Beira Alta e a dinâmica fabril instalada com a sucursal da fábrica das “Devezas”.
“A visão do proprietário revelou-se certeira, uma vez que a casa foi local de hospedagem de figuras ilustres da nação, como D. Carlos, D. Manuel II e o Infante D. Afonso”, concluiu.
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