Política

Estado da Nação: Presidente da República considera revisão de medidas normal e recusa definir inflação como estrutural

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 20-07-2022

O Presidente da República considerou hoje que é necessário, mas normal haver uma constante revisão das medidas adotadas pelo Governo para fazer face à inflação, que recusou definir como estrutural.

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“À medida que se tem a noção de que a guerra [na Ucrânia] dura mais, de que os efeitos são mais fundos, mais necessário é ir revendo as medidas e tomando novas medidas. Está a acontecer em todos os países da Europa ao longo das últimas semanas e vai continuar nas próximas semanas enquanto durar a guerra”, declarou.

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Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a propósito do debate de hoje sobre o estado da nação na Assembleia da República, que referiu não ter visto, em que o primeiro-ministro, António Costa, anunciou um novo pacote de medidas de apoio a famílias e empresas para setembro.

Confrontado com a opinião do primeiro-ministro de que o país neste momento está pior do que há um ano, devido ao impacto da inflação, o chefe de Estado respondeu: “É muito difícil negar a realidade, que esses efeitos na inflação, nas condições de vida das pessoas existem, vão existir, não sabemos por quanto tempo, o que significa que é importante haver acompanhamento por parte do Governo e medidas por parte do Governo”.

“É muito difícil explicar aos portugueses que não estejam pior do que estavam antes do começo da guerra, antes da inflação, antes da subida do preço dos combustíveis, antes da subida do preço de vários bens básicos, nomeadamente alimentares”, reforçou.

Interrogado se já se pode definir a inflação como estrutural, e não conjuntural, Marcelo Rebelo de Sousa discordou: “Eu não direi que a inflação é estrutural, porque uma inflação estrutural é muito duradoura e corresponde a questões que são de fundo. Agora, que é uma inflação que está para durar enquanto durar a guerra parece evidente”.

Questionado se o novo pacote de medidas anunciado pelo primeiro-ministro para setembro não deveria ser adotado de imediato, o Presidente da República relativizou a questão: “Setembro é depois de amanhã, quer dizer, nós estamos à beira de agosto, digamos que a diferença entre agosto e setembro é a diferença de três ou quatro semanas”.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou não saber que o novo presidente do PSD, Luís Montenegro, que não é deputado, tinha ido assistir ao debate sobre o estado da nação no seu gabinete no parlamento, mas realçou que fazia o mesmo quando liderava os sociais-democratas: “Eu quando era líder do PSD e não tinha assento parlamentar ia ao parlamento, nos debates dessa natureza estava no parlamento”.

O Presidente da República esteve na Fundação Calouste Gulbenkian para um concerto comemorativo do dia seu fundador, Calouste Sarkis Gulbenkian, que se assinala anualmente em 20 de julho.

Numa intervenção a propósito desta data, Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre os desafios da Gulbenkian num contexto global de “pós-pandemia e guerra”, com “geopolítica por redefinir em termos ainda imprevisíveis”, com “custos económicos e financeiros a prazo e alcance indeterminados”, com “desigualdades a acentuarem-se” e “cultura a precisar-se como nunca”.

À saída, enquadrou a sua referência à cultura como aplicando-se “especificamente do papel fundamental da Gulbenkian” e não ao investimento público neste setor.

Contudo, referiu que “é uma aposta já evidenciada pelo ministro da Cultura [Pedro Adão e Silva] para o Orçamento do ano que vem haver reorganizações, reestruturações e uma aposta maior também em termos de investimento na cultura”.

Assistiu também a este concerto o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.

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