Economia
Estado com necessidades de financiamento de 10.900 milhões este ano
O Estado deverá ter, em 2022, necessidades de financiamento líquidas de 10,9 mil milhões de euros, adiantou a Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), num comunicado hoje divulgado.
“Sob proposta da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, E.P.E. foi aprovado pela tutela o Programa de Financiamento para 2022. Este programa contempla as linhas gerais da política a seguir em termos da gestão da dívida direta e das disponibilidades de tesouraria do Estado”, indicou a entidade.
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Assim, e “de acordo com as estimativas no âmbito do Programa de Estabilidade 2021-2025”, atualizadas com os dados mais recentes, o “montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado no ano de 2022 deverá situar-se em cerca de 10,9 mil milhões de euros”, disse o IGCP.
Para este ano, a estratégia de financiamento “centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euros com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro (OT), para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário”, sendo que “oportunidades para realizar operações de troca e recompras de títulos serão exploradas”.
De acordo com o IGCP, cerca de 17,7 mil milhões de euros serão obtidos “via emissão bruta de OT, combinando sindicatos e leilões, assegurando emissões mensais”.
“Os leilões de OT terão a participação dos Operadores Especializados de Valores do Tesouro (OEVT) e Operadores de Mercado Primário (OMP) e serão realizados à segunda ou quarta quartas-feiras de cada mês”, informou a entidade, adiantando que “o montante indicativo e as linhas de OT a reabrir serão anunciados ao mercado até três dias úteis antes do leilão”.
Por outro lado, no que diz respeito aos Bilhetes do Tesouro (BT), “em 2022, espera-se que o financiamento líquido resultante da emissão de BT produzirá impacto positivo de 3,0 mil milhões de euros”.
“Será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva, combinando prazos curtos com prazos longos”, sendo que “o IGCP manterá a realização de leilões mensais de BT na terceira quarta-feira de cada mês e, se a procura de investidores o justificar, pode usar também a primeira quarta-feira”.
De acordo com a entidade, “o montante indicativo dos leilões continuará a ser anunciado ao mercado através de um intervalo. A decisão de alocação a cada série caberá ao IGCP em função da procura verificada e do respetivo preço”.
A entidade liderada por Cristina Casalinho revelou ainda um calendário e montantes indicativos dos leilões de BT no primeiro trimestre, que deverão ocorrer nos dias 19 de janeiro (1.250 milhões de euros a 1.500 milhões de euros), 16 de fevereiro (1.000 milhões de euros a 1.250 milhões de euros) e 16 de março (1.500 milhões de euros a 1.750 milhões de euros).
De acordo com o IGCP, “a gestão do risco de refinanciamento implicará que as operações de financiamento a realizar evitarão a criação de excessivas concentrações temporais de amortizações, assim como a possibilidade de realização de operações de recompra de dívida, oportunamente anunciadas ao mercado”.
A entidade garantiu ainda que “manterá flexibilidade para introduzir na execução deste programa os ajustamentos que se venham a revelar necessários face à evolução dos mercados e das necessidades de financiamento ao longo do ano”.
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