Desporto

Estádio “é da cidade” de Coimbra mas não é “para todos” os clubes

António Alves | 2 semanas atrás em 09-12-2024

Os vereadores Regina Bento (PS) e Francisco Queirós (CDU) questionaram o executivo de José Manuel Silva sobre “a impossibilidade de o clube União 1919 realizar a partida de futebol da jornada 11 da Série C do Campeonato de Portugal, no Estádio Cidade de Coimbra”.

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A partida estava prevista para este domingo, 8 de dezembro, mas no início da passada semana o clube da Cruz de Santiago emitiu um comunicado onde refere que “devido a imprevistos externos de última hora” teria de jogar no Estádio Municipal Sérgio Conceição ao invés do “inicialmente planeado e agendado para o Estádio Cidade de Coimbra”.

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“Lamentamos profundamente que, mais uma vez, o União de Coimbra se veja impossibilitado de jogar no centro da sua cidade. Apesar das contrariedades, seguimos firmes no compromisso de honrar o clube e de lutar com a mesma determinação dentro de campo”, referem.

Em resposta, a Académica/OAF esclareceu através da sua página da internet que não se opôs “à utilização do Estádio Cidade de Coimbra (ECC) por parte do União 1919 nessa data”.

Por outro lado, recorda que “o acordo de utilização do ECC assinado em 31 de julho, define que quando a CMC ceder a utilização do ECC a outros clubes para a realização de um jogo de futebol “[ficam] os clubes responsáveis pela bilheteira, por todos os custos associados e por eventuais danos ocorridos durante a realização do evento, devendo subscrever a adequada apólice de seguro”.

A questão sobre a não utilização do ECC por parte do União 1919 motivou ontem as questões dos vereadores Regina Bento (PS) e Francisco Queirós (CDU).

A vereadora socialista recorda que o protocolo entre a câmara e a Académica/OAF “contempla expressamente a cedência gratuita pela Câmara a outros clubes da cidade que lá pretendam fazer jogos de futebol, mediante comunicação prévia e havendo compatibilidade com o calendário da Académica”.

“Mas afinal não está fácil. Na prática, as dificuldades persistem. O União de Coimbra já tentou, por pelo menos duas vezes, utilizar o Estádio Municipal para os seus jogos oficiais, sem sucesso”, afirmou.

Daí que tenha questionado: “quando é que afinal isso possa vir a acontecer? E se é verdade que a Câmara comunicou ao União que a cedência do Estádio Municipal comportaria um custo entre os 4.000 e 4.500 euros, quando o protocolo refere cedência gratuita? Afinal em que é que ficamos? Esta cláusula do protoloco foi só para o Sr. Presidente ficar bem na fotografia?”.

Do lado da CDU, o vereador lembrou que no centro da discussão esteve, “ao que tudo indica, a questão do pagamento dos valores respeitantes à organização do jogo naquele recinto desportivo”. “Por outro lado, a Académica rejeitou qualquer responsabilidade pela mudança de estádio para a realização da partida”, frisou.

Desta forma, Francisco Queirós disse que “devendo ser claros quaisquer eventuais apoios ou soluções propostas para acautelar os custos inerentes à realização de jogos no Estádio Cidade de Coimbra, o que em algum caso algum poderá estar em causa é que o Estádio que é da cidade não o seja para todos, como aliás está, recorde-se, acordado”.

A primeira resposta foi dada pelo vereador Carlos Lopes. O autarca com o pelouro do Desporto lembrou que a primeira recusa (de jogo do União 1919) aconteceu no fim de semana em que teria lugar o jogo da seleção nacional de râguebi naquele recinto desportivo, tendo o clube da Arregaça aceite o pedido formulado pela autarquia.

Depois, fez questão de ler a cláusula 3ª do ponto 10 do acordo de utilização do ECC, a qual prevê que a utilização do recinto desportivo seja feita mediante a responsabilidade da “bilheteira, todos os custos associados e eventuais danos ocorridos durante a realização do evento, devendo subscrever a adequada apólice de seguro”.

Essa mesma apólice e utilização do relvado, segundo o autarca Carlos Lopes, teriam um custo da ordem dos 4.500 euros. Este valor foi “comunicado à câmara que, de seguida, informou o Clube União 1919”, recordando que ao executivo resta apenas o papel “de isenção de taxas” para a realização da partida no Estádio Cidade de Coimbra. “O que, com este protocolo está garantido”, afirmou.

O presidente da câmara mostrou-se “curioso” do facto do PS ter questionado o executivo sobre a não realização da partida do União 1919 no Estádio Cidade de Coimbra. Até porque “nos anos em que esteve a liderar o executivo, fez zero”. “Não têm sequer idoneidade para fazer estas questões”, frisou.

José Manuel Silva lamentou que os dois clubes não tivessem “reunido” e “discutido” esta questão internamente para, dessa forma, “resolver os problemas e ultrapassar as dificuldades”.

Regina Bento ainda chegou a solicitar ao executivo de José Manuel Silva um papel de “mediador” para apurar os custos médios de utilização do estádio. O presidente da câmara respondeu que “qualquer mediação (por parte do município) será sempre feita de forma discreta”.

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