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Esta temporada de “Os Anéis do Poder” é mais sombria e sangrenta
A segunda temporada de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder”, cujas primeiras imagens foram reveladas na Comic-Con em San Diego, é mais sombria e sangrenta, com mais ação, disse o cocriador Patrick McKay em conferência de imprensa.
“A segunda temporada é mais sombria, lida com temas mais sombrios”, afirmou o argumentista, numa conferência com um pequeno grupo de jornalistas à margem da Comic-Con. “Os personagens enfrentam problemas existenciais de vida e morte”.
Uma das críticas feitas à primeira temporada foi o desenrolar lento da ação e a raridade de confrontos épicos, e McKay endereçou esse ponto.
“Esta temporada está cheia de ação, criaturas e monstros, romance e luta contra gigantes, milagres”, descreveu. Haverá batalhas com orcs, lutas enlameadas, bombardeamentos aéreos e uma iconografia de guerra que não se viu na primeira temporada, onde os criadores passaram muito tempo a introduzir o mundo baseado nos escritos pessoais de Tolkien – e não nos livros como a trilogia “O Senhor dos Anéis”.
A produtora executiva Lindsey Weber, também presente na conferência, referiu que as três realizadoras da temporada – Charlotte Brändström, Sanaa Hamri e Louise Hooper “realizaram algumas das melhores cenas de ação que alguma vez foram vistas em televisão”.
Weber destacou o facto de esta ser uma série em que metade dos personagens são mulheres e várias em posições de poder, o que colmata uma lacuna do trabalho de Tolkien, onde as personagens femininas são desvalorizadas.
“São personagens dinâmicas e complexas, não apenas heróis arquetípicos, mas pessoas complicadas que cometem erros, sentem coisas e crescem”, disse Weber.
Com um orçamento multimilionário, superior à trilogia de filmes de Peter Jackson, “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder” é uma série pensada e produzida como um filme, explicou o cocriador e ‘showrunner’ J.D. Payne.
O tema da segunda temporada, filmada na Grã-Bretanha e não na Nova Zelândia como a primeira, é uma reflexão sobre as consequências do poder ilimitado. “É sobre as pessoas que tentam roubar o fogo dos deuses e quais as consequências que isso terá em cada um dos seus mundos”, afirmou. “Algumas podem ser bastante sinistras”.
Payne explicou que a dupla tentou criar estas histórias da forma mais “Tolkiana” possível, mantendo-se leal aos temas centrais do autor: devastação ambiental, amizade, comunhão, a superação perante tarefas quase impossíveis, o bem contra o mal.
“Sentimos que conseguimos trazer Tolkien para casa. Estas são as mesmas florestas e campos que inspiraram a sua imaginação”, referiu.
Patrick McKay disse que uma das ambições da dupla é levar mais pessoas a ler os livros de Tolkien e arriscou uma opinião sobre porque é que o trabalho que o autor publicou em 1954 continua a ser tão relevante.
“Tolkien falava de querer criar uma mitologia intemporal e aplicável a qualquer situação”, disse. “A Terra Média é verdadeiramente intemporal e pode falar para a sociedade de hoje tanto como daqui a 100 anos”.
Para McKay, há dois temas salientes nesta nova temporada, que “encontrou o seu chão” após uma primeira que enfrentou críticas.
“Um é ter cuidado com o que se deseja”, afirmou. “O outro é relacionado com uma fala no final da temporada, onde se diz que não é a força que vence a escuridão, mas sim a luz”.
A segunda temporada de “O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder” estreia-se a 29 de agosto no Amazon Prime Video. A série foi um dos grandes destaques da Comic-Con, que termina hoje em San Diego, onde o elenco participou em peso e a Prime Video apostou forte no espaço de exposição.
A Comic-Con serviu também de palco para a estreia internacional da curta-metragem portuguesa “Era Uma Vez no Apocalipse”, de Tiago Pimentel, com Sétgio Godinho, Paulo Catarré e Mariana Pacheco, na iniciativa paralela dedicada ao cinema independente.
Um dos mais importantes eventos de cultura pop do mundo, a Comic-Con atraiu 135 mil pessoas em quatro dias, muitas das quais vestidas como personagens de bandas desenhadas, séries, filmes ou videojogos (‘cosplay’).
O seu impacto estimado em San Diego, no sul da Califórnia, é de 164 milhões de dólares.
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