Crimes
Esquemas de logística no tráfico de droga são atividade paralela emergente
O apoio logístico aos narcotraficantes está a tornar-se um negócio paralelo ao tráfico internacional de droga, com grupos especializados em fornecer químicos, equipamentos, conhecimentos especializados e instalações, alerta um relatório europeu hoje divulgado.
De acordo com um relatório conjunto do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA, na sigla em inglês) e da Europol, hoje apresentado em Bruxelas, embora muitas redes criminosas continuem a gerir as suas atividades, “outras atualmente subcontratam uma série de serviços ao longo da cadeia de abastecimento”.
“As análises de hoje mostram como o apoio logístico se tornou num negócio paralelo, com alguns grupos criminosos especializados em fornecer os produtos químicos, o equipamento e os conhecimentos especializados necessários para a criação e operação de instalações de produção”, sublinha o relatório.
Segundo os dados, a análise das comunicações criminais encriptadas, através de operações recentes de grande visibilidade, mostrou que o comércio depende muitas vezes de uma rede de facilitadores e corretores que ligam produtores, transportadores e distribuidores.
O relatório acrescenta que as redes criminosas europeias “estão a aumentar a eficiência da produção com base no saber-fazer dos seus homólogos nas regiões de produção de droga da América Latina”.
O mesmo documento dá conta que “o aumento da violência e da corrupção há muito detetadas nos países tradicionalmente produtores de droga, são cada vez mais evidentes na UE”.
As análises salientam que, em alguns Estados-Membros da UE (Bélgica, Espanha, França, Países Baixos), a concorrência entre os fornecedores de droga se intensificou, o que resultou num aumento dos confrontos violentos.
“O mercado da cocaína da UE, em expansão, provocou um aumento dos homicídios, raptos e intimidação e a violência alastrou para fora do mercado da droga (por exemplo advogados, funcionários públicos, jornalistas). Entretanto, o crescimento da produção de metanfetamina em grande escala na Europa tem o potencial de ‘fomentar uma maior corrupção ao longo da cadeia de abastecimento, criando uma economia paralela’”.
O estudo conjunto estima ainda de que a corrupção que quase 60% das redes criminosas utilizem a corrupção como facilitadora da sua atividade.
O estudo, realizado entre 2018 e 2020, alerta igualmente para os danos, riscos e custos ambientais da atividade da produção e tráfico de droga, já que a mesma provoca a deposição de resíduos químicos, que pode resultar em danos ecológicos, riscos para a segurança pública e elevados custos de limpeza.
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