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Espécie ameaçada vaquita marinha contraria probabilidades e continua a resistir

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 08-06-2023

Contra todas as probabilidades, os restantes elementos da espécie vaquita marinha estão a aguentar-se no seu único habitat, o Golfo da Califórnia, no México, revela um novo relatório sobre o cetáceo mais pequeno do mundo.

Os especialistas, que elaboraram um novo relatório sobre este pequeno mamífero de 1,5 metros de comprimento, estimam que observaram entre 10 a 13 indivíduos durante quase duas semanas de navegação no golfo no mês passado.

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Este é um número semelhante ao registado na última expedição em 2021, noticiou a agência Associated Press (AP).

Por serem tão pequenos e evasivos, muitos dos avistamentos por binóculos poderosos são categorizados como prováveis.

Os animais também emitem ‘cliques’ que podem ser ouvidos através de aparelhos de monitorização.

Especialistas do México, do grupo de conservação Sea Shepherd e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA referiram ter avistado pelo menos uma e provavelmente duas crias, aumentando as esperanças de sobrevivência do mamífero marinho mais ameaçado do mundo.

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Mais vaquitas marinhas podem encontrar-se naquele local, visto que a viagem cobriu apenas parte do habitat desta espécie no golfo, que também é conhecido como Mar de Cortez.

Este cetáceo não vive em mais nenhum lugar do mundo e a espécie não pode ser capturada, mantida ou criada em cativeiro.

De qualquer forma, ainda é muito cedo para celebrar, visto que redes de pesca ilegais prendem e matam vaquitas há décadas e a população diminuiu de quase 600 vaquitas em 1997.

A vaquita marinha é vítima das redes de emalhar utilizadas pelos contrabandistas de totoaba, um peixe também em perigo de extinção.

Embora o governo mexicano tenha feito alguns esforços para impedir a pesca com redes – como afundar blocos de cimento com ganchos para prender as redes – os pescadores ainda parecem ter vantagem, entrando nas áreas protegidas para pescar diariamente e até sabotando os esforços de monitorização.

“A menos que a fiscalização da proibição de pesca seja eficaz e o roubo de equipamentos seja interrompido, a monitorização acústica não pode recolher dados como no passado”, sublinharam os especialistas no relatório.

A investigadora Barbara Taylor pediu ao México que afundasse mais blocos de cimento para intercetar redes, porque algumas das vaquitas foram vistas fora da área protegida.

A expedição ocorreu de 10 a 26 de maio e cruzou um canto do golfo onde as poucas vaquitas restantes foram vistas pela última vez.

Alex Olivera, representante do México para o Centro de Diversidade Biológica, realçou que “esta é uma notícia encorajadora e mostra que as vaquitas são sobreviventes”.

“Mas ainda precisamos de esforços urgentes de conservação para salvar estes minúsculos golfinhos da extinção”, acrescentou.

A administração do Presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador recusou-se amplamente a gastar dinheiro para compensar os pescadores por ficarem longe do refúgio da vaquita e pararem de utilizar as redes.

A Sea Shepherd tem trabalhado no Golfo ao lado da Marinha mexicana para desencorajar a pesca ilegal na área conhecida como zona de “tolerância zero”, onde nenhum tipo de pesca é alegadamente permitido.

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