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Especialistas em doenças do fígado reúnem-se em Coimbra para debater a transplantação hepática
A transplantação hepática é atualmente uma terapêutica de valor inquestionável e perfeitamente estabelecida nos seus princípios e técnicas, sendo assegurada por equipas multidisciplinares, englobando também médicos e demais profissionais de saúde envolvidos no estudo e tratamento dos doentes hepáticos. Tendo em conta esta realidade, o 27º Curso de Doenças Hepatobiliares que decorrerá nos dias 28 e 29 de Novembro no Auditório dos HUC-CHUC, terá uma abordagem abrangente do transplante de fígado.
Armando Carvalho, diretor do Serviço de Medicina Interna A e membro da organização deste curso, explica que “o objetivo é permitir uma abordagem de vários aspetos da transplantação hepática, sobretudo no que se refere a indicações, seleção dos doentes e resultados. A hepatologia é uma disciplina médica cada vez em maior destaque, mas com afirmação mundial há muitos anos. Esta área da Medicina é essencialmente multidisciplinar, tal como o fígado é um órgão central do metabolismo, pelo que as suas doenças assumem quase sempre um caracter sistémico. A diferenciação em hepatologia foi assumida em todo o mundo por médico provenientes da gastrenterologia e da medicina interna, sem esquecer, por exemplo, a cirurgia hepática, a anatomia patológica ou a imagiologia, com especialistas destas áreas especialmente dedicados às doenças hepáticas, ou a infeciologia e o seu papel no estudo e tratamento das hepatites virais”.
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O curso destina-se, portanto, a todos os especialistas médicos que se dedicam aos doentes hepáticos e não só aos diretamente ligados à transplantação. Armando Carvalho considera que “é importante realçar o papel de alguns internistas que há muito se dedicam à hepatologia, designadamente na área da transplantação hepática, com representação nos três centros portugueses, sendo a totalidade ou a maioria das equipas médicas dos centros de Porto e Coimbra”.
Em destaque estarão a sessão dedicada às hepatites virais, pelas novidades terapêuticas na hepatite C, a sessão dedicada à apresentação da experiência de Coimbra e a conferência sobre “qualidade em transplantação hepática”, proferida por Miquel Navasa, responsável pelo programa de transplantação do Hospital Clinic de Barcelona.
Em 2013 realizaram-se 241 transplantes hepáticos e no total já se realizaram mais de 3700 transplantes em Portugal. Os resultados em termos de sobrevivência e morbilidade são semelhantes aos das melhores séries mundiais e seu número é satisfatório para as necessidades. “No entanto, o mais importante é prevenir e tratar a doença hepática antes que se atinja a necessidade de transplante. Por isso é tão importante o combate ao alcoolismo e à obesidade e o tratamento dos doentes com hepatite C crónica”, defende o internista Armando Carvalho.
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