Coimbra

Especialistas criam arquivo digital hipermédia sobre o ‘Livro do Desassossego’

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 14-10-2013

 Investigadores de Coimbra e Lisboa estão a criar um arquivo digital hipermédia dedicado ao “Livro do Desassossego”, de Bernardo Soares/Fernando Pessoa, anunciou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

O “Arquivo Digital do Livro do Desassossego” (arquivo LdoD) agrega fac-símiles digitais dos “cerca de 700 fragmentos do ‘Livro do Desassossego’ e as principais edições portuguesas publicadas entre 1982 e 2010″ – por Jacinto Prado Coelho (1982), Teresa Sobral Cunha (1990), Richard Zenith (1998) e Jerónimo Pizarro (2010) -, segundo a nota de imprensa hoje divulgada pela UC.

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“Através de ferramentas de pesquisa e análise inteligentes, a plataforma gera em simultâneo múltiplas comparações automáticas entre as várias edições e entre os fac-símiles originais e as edições dos peritos, tornando possível uma nova perceção da história do ‘Livro do Desassossego’ e das relações que as diferentes edições mantêm entre si e com o original”, sublinha o coordenador do projeto, Manuel Portela, do Centro de Literatura Portuguesa da UC (CLPUC).

O que distingue o arquivo digital LdoD “é a sua camada dinâmica”, sublinha Manuel Portela, especialista em literatura e novos media.

Este arquivo interativo “combina uma edição genética e uma edição social”, podendo “qualquer utilizador, especialista ou não”, criar a sua edição do “Livro do Desassossego”, “com base na sua interpretação dos marcadores textuais e semânticos dos fragmentos”, afirma o investigador do CLPUC, concluindo que se está perante “um projeto que abre um vasto leque de novas possibilidades para a investigação da obra de Pessoa”.

Com versões da interface em português, inglês e espanhol, “o objetivo é fazer deste arquivo o principal instrumento no mundo para estudar o ‘Livro do Desassossego’ e criar uma forte relação entre os estudos literários e a computação, apontando caminhos de investigação para as humanidades digitais, uma área de estudo em crescente desenvolvimento”, sintetiza Manuel Portela.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o projeto, iniciado em 2012, está a ser desenvolvido por uma equipa de 13 investigadores das áreas de literatura, novos media e computação da UC, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC-ID, Lisboa) e da Biblioteca Nacional.

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