Saúde

Enxaquecas podem aumentar o risco de AVC

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 dia atrás em 17-04-2025

Um estudo recente conduzido por investigadores finlandeses sugere que as enxaquecas, especialmente aquelas acompanhadas por distúrbios visuais, podem estar associadas a um risco significativamente maior de acidente vascular cerebral (AVC) em adultos com menos de 50 anos.

A equipa do Hospital Universitário de Helsínquia analisou dados clínicos de mais de mil pessoas, metade das quais tinha sofrido um AVC isquémico — tipo de AVC que resulta da obstrução de uma artéria que leva sangue ao cérebro. Os resultados indicam que quem sofre de enxaquecas apresenta uma probabilidade 70% superior de vir a sofrer um AVC, em comparação com pessoas sem este historial.

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Embora as enxaquecas afetem milhões de pessoas em todo o mundo e sejam, até agora, vistas como uma condição debilitante mas não fatal, os investigadores alertam que este novo dado merece atenção por parte da comunidade médica. O neurologista Jukka Putaala, um dos autores do estudo, referiu que os resultados foram “surpreendentes” pela força da associação encontrada entre enxaquecas e derrames em jovens adultos.

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Um dado particularmente relevante prende-se com a presença de enxaquecas com aura — episódios acompanhados de alterações visuais como luzes intermitentes ou perda parcial de visão — que surgiram em quase metade dos pacientes com uma condição cardíaca chamada forame oval patente. Esta anomalia, que resulta da não cicatrização de um orifício no coração presente em fetos, poderá desempenhar um papel adicional no risco de AVC.

Apesar das limitações do estudo — nomeadamente o facto de ser observacional e baseado em autorrelatos dos participantes — os autores sublinham a importância de incluir a enxaqueca como um potencial fator de risco não tradicional, especialmente em pacientes mais jovens.

Atualmente, os fatores clássicos de risco de AVC, como hipertensão arterial, continuam a ser os principais responsáveis por cerca de 65% dos casos, mas este novo estudo destaca a necessidade de considerar também outras condições que até agora não eram alvo prioritário de atenção médica, escreve o Daily Mail.

O Reino Unido, onde a enxaqueca afeta cerca de 10 milhões de pessoas, tem assistido a um aumento significativo de AVCs em homens com menos de 39 anos, com um crescimento de quase 25% nas últimas duas décadas. Estes dados reforçam os alertas para a crescente vulnerabilidade da população jovem a eventos vasculares graves.

A Stroke Association, instituição britânica dedicada à prevenção e tratamento do AVC, lembra que os sinais de alarme mais comuns incluem queda de um dos lados da face, fraqueza num dos braços e dificuldade na fala — sintomas que devem motivar uma resposta médica urgente.

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