O ministro da Educação defendeu hoje a necessidade de ajustar o ensino profissional ao perfil dos jovens mas também às necessidades do mercado do trabalho, num trabalho em que a qualidade destes cursos é uma prioridade.
“O ensino profissional constituiu um motor do desenvolvimento do nosso sistema educativo português, proporcionando um conjunto de percursos formativos que têm de ser diversificados mas ajustados aos diferentes perfis dos nossos jovens”, sublinhou Tiago Brandão Rodrigues durante uma cerimónia de entrega dos prémios do concurso “Prémio Capital Humano”, integrado no evento anual do Programa Operacional Capital Humano (POCH) “Qualificar para Crescer”.
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O ministro lembrou a importância de os cursos profissionais serem desenhados para “encaixar nas necessidades do mercado de trabalho, para promover a inclusão e sucesso educativo de todos” e defendeu que as ofertas profissionais têm de estar alinhadas e adequadas às dinâmicas do mercado de trabalho mas também a importância de garantir a qualidade dos cursos.
“Prosseguiremos e insistiremos na constante aferição de um sistema de garantia de qualidade dos nossos cursos profissionais, com base nos padrões europeus”, prometeu Tiago Brandão Rodrigues.
O POCH tem como missão promover o aumento da qualificação da população através de projetos financiados pelo Fundo Social Europeu.
Ao longo do atual quadro comunitário, o POCH abrangeu 800 mil jovens e adultos que representam cerca de 19% da população entre os 15 e os 64 anos que residem nas regiões elegíveis pelo programa, lembrou Tiago Brandão Rodrigues, considerando que “o número é muito impressionante”.
O objetivo do Governo é conseguir que 50% dos alunos terminem o ensino secundário através de modalidades de dupla certificação.
“Hoje são 45% os alunos que terminam o ensino secundário por via de dupla certificação”, disse o ministro, lembrando que entre 2017 e 2020 houve um aumento de 17% de alunos a frequentar cursos do ensino profissional.
“Estas políticas de educação exigem uma resposta que tem de ser absolutamente adequada para que não deixemos ninguém para trás”, disse o ministro, adiantando que não podem ser esquecidos os adultos e os idosos.
Hoje, o concurso “Prémio Capital Humano” premiou dois jovens, Ruben Dhanaraju e Patrícia Oliveira, que optaram por terminar o secundário através de cursos profissionais.
Ruben Dhanaraju está atualmente a tirar um curso superior de Ciências de Computadores na Universidade do Porto e Patrícia Oliveira um mestrado em Engenharia Informática.
Os outros premiados revelaram outras ofertas disponíveis para quem deixou de estudar antes do tempo. Cármen Calhau e Mónica concretizaram a sua formação através de cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA).
Cármen Calhau regressou aos bancos da escola através de um curso Educação e Formação de Adultos (EFA) assim como Mónica conseguiu terminar o secundário candidatar-se ao ensino superior. Depois da licenciatura em Design Multimédia, Mónica está já a frequentar um mestrado na mesma área.
Hoje com 49 anos, Edite Godinho recordou o dia em que, já estando a trabalhar, decidiu voltar a estudar.
Defendendo a necessidade de valorizar o profissional, Tiago Brandão Rodrigues sublinhou que esta via de ensino “nunca pode ser como, durante muito tempo foi entendida, um depósito de insucessos precoces nem uma estrada secundária que vai seguindo em diagonal face à autoestrada para onde todos acabavam por olhar. Temos de olhar para todas as estradas da mesma forma”.
O presidente do POCH, Joaquim Bernardo, apontou a importância destes cursos para a redução da taxa de abandono precoce e para a conclusão do ensino secundário.
Cristina Jacinto, também do POCH, acrescentou o aumento de população entre os 30 e os 34 anos que chegam ao ensino superior: “Em 2014 havia 31,3% e hoje já estamos nos 43%”, disse.