Cidade
Ensemble Mondego nasce para consolidar a cena jazzística de Coimbra
O Mondego – Ensemble Jazz ao Centro apresenta-se pela primeira vez em concerto a 01 de dezembro, no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, tendo como objetivo ser uma plataforma para consolidar a cena jazzística da cidade.
O projeto surgiu a partir do Jazz ao Centro Clube (JACC), que desafiou o saxofonista João Mortágua e o trompetista Ricardo Formoso a dirigirem o ensemble, que acolhe compositores e intérpretes da região de Coimbra, disse à agência Lusa o diretor da associação, José Miguel Pereira.
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O ensemble, que reúne oito músicos, vai interpretar cinco composições de Andreia Santos, Luís Figueiredo, Gonçalo Moreira, João Mortágua e Ricardo Formoso, todos eles artistas naturais ou com ligação à região de Coimbra.
“O Mondego pretende ser uma plataforma que funcione ao longo dos próximos anos. Agora será um projeto com direção artística do João Mortágua e do Ricardo Formoso, mas depois a direção deverá ser assumida por outros músicos”, contou o diretor do JACC.
Para José Miguel Pereira, há hoje a possibilidade de existir um grupo deste tipo em Coimbra, fruto também do Curso Profissional de Jazz no Conservatório de Música de Coimbra.
Segundo o responsável, “há condições para ter tanto gente a escrever como um agrupamento que pode ser todo mudado daqui a algum tempo e substituído por outros jovens músicos que deem continuidade ao trabalho”.
“Nós acreditamos que isto possa ajudar a consolidar a cena jazzística de Coimbra. Há uma ideia de missão, por trás do grupo, de funcionar como uma plataforma para compositores e intérpretes e consolidar esta ideia de que a cidade, hoje, muito graças ao trabalho do Conservatório, acompanhado de outros agentes, tem uma dinâmica bastante rica e diversa”, frisou.
De acordo com um dos diretores artísticos do ensemble, João Mortágua, Coimbra acaba por ser “um ponto de partida” para muitos dos jovens que se formam no Conservatório, esperando que a partir deste projeto surja “um movimento mais visível e sempre sustentado nas gerações mais jovens”.
A formação, sem piano ou guitarra, é composta por uma secção de seis sopros, um contrabaixo e uma bateria, tendo a escolha sido propositada, explicou.
“Tem um som mais agressivo, mais seco, sem qualquer instrumento harmónico e que lhe dá uma sonoridade própria”, notou João Mortágua, salientando ainda o facto de se terem desafiado dois pianistas – Luís Figueiredo e Gonçalo Moreira – a trabalhar composições para sopros sem recurso a harmonia.
A maioria das músicas têm como mote o próprio rio e a cidade de Coimbra.
A sonoridade tem uma certa dimensão orquestral, “ora mais ‘big band’, ora mais sinfónica, ora mais urbana”, com o trabalho na linha improvisada dos músicos a dar também “uma visão muito peculiar” à música criada, afirmou João Mortágua.
O ensemble é composto por João Mortágua, Keir Gonçalves, Guilherme Fradinho, Ricardo Formoso, Pedro Jerónimo, Andreia Santos, João Cação e Miguel Fernández (o único elemento sem ligação a Coimbra).
A apresentação no Teatro Académico de Gil Vicente decorre no âmbito do Ciclo Orphika, iniciativa da Universidade de Coimbra.
Posteriormente, há o objetivo de o grupo poder gravar um disco em torno do seu repertório.
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