Coimbra
Empresas “pescam” em Coimbra na maior feira de emprego do Centro
Mais de 100 empresas multinacionais, nacionais e regionais têm como alvo, até quinta-feira, cerca de três mil estudantes da Universidade de Coimbra (UC), naquela que é considerada a maior feira de emprego da região Centro, anunciou a organização.
Promovida pela UC e pela Associação Académica de Coimbra (AAC), o evento, que decorre no pavilhão 1 do Estádio Universitário, “promete ser o principal ponto de encontro entre os talentos universitários e o mercado de trabalho”, proporcionando estágios e ofertas de emprego aos estudantes e recém-diplomados de cursos de licenciatura, mestrado ou doutoramento.
PUBLICIDADE
Em declarações à agência Lusa, Nuno Mendonça, pró-reitor da UC, explicou que esta segunda edição da Feira de Emprego (a primeira foi em 2023) logo que foi anunciada, teve “uma adesão muito rápida das empresas, que aproveitam a proximidade com os estudantes para contactar diferentes áreas científicas”.
Dados da organização sustentam que as 105 empresas participantes – 22 internacionais, 58 nacionais e 25 regionais – procuram, primordialmente, recrutar futuros colaboradores nas áreas da economia, gestão, contabilidade, engenharia e saúde.
Para participarem na feira da UC/AAC as empresas investem, ao longo de dois dias, valores entre os 350 euros e os 975 euros (mais IVA), montantes relativos a três categorias diferentes de participação em iniciativas durante o evento, ações de marketing, presença da marca ou espaços físicos disponíveis.
Nuno Mendonça avançou alguns números relativos à primeira edição da Feira de Emprego, destacando o exemplo da Accenture, multinacional na área da consultoria, que, ao instalar-se em Coimbra contratou 90 estudantes “da feira do ano passado para este ano”.
Outros dados mostram que empresas localizadas na Figueira da Foz (o município mais industrializado do distrito), como a Celbi, do grupo Altri (17 estudantes) ou a Microplásticos (04 estudantes), também captaram novos talentos na feira organizada pela UC e AAC.
O pró-reitor para a área da Relação com as Empresas lembrou ainda que cerca de 65% dos estudantes da UC são de fora do distrito de Coimbra, tendo a instituição “a capacidade de atrair esses alunos para Coimbra”.
“E essas empresas mostram um caminho para fixar aqui os alunos, ao também se fixarem cá. Do ponto de vista da relação com as empresas e do desenvolvimento económico à volta da Universidade, esse é um caminho que merece o nosso empenho”, declarou.
O pró-reitor notou, no entanto, que a feira não resulta, especificamente, num aumento da empregabilidade – na Universidade de Coimbra esta possui “níveis bastante elevados, acima dos 96%” – mas sim em novas dinâmicas entre potenciais empregadores e futuros colaboradores.
“O que percebemos é que há uma vontade e uma dinâmica das empresas de desenvolverem contactos com os alunos o mais cedo possível, seja através da feira, seja através de programas direcionados que estamos também a desenvolver dentro da universidade”, sublinhou Nuno Mendonça.
Nessas iniciativas, incluídas no programa Factory Academy, as empresas “dão formações em setores relacionados com aquilo que precisam e complementam a formação que o aluno tem. Depois, no final do programa, escolhem os alunos com que querem ficar e querem contratar”, acrescentou.
Deste modo, defendeu Nuno Mendonça, a Feira de Emprego não pode ser vista “isolada, por si só”, mas sim integrada numa estratégia de empregabilidade da Universidade de Coimbra concretamente no aumentar do valor dos recursos humanos por si formados.
Related Images:
PUBLICIDADE