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Empresas estimam quebras de 20% e pedem pagamentos a horas do Estado
As empresas portuguesas estimam quebras nas vendas de cerca de 20% por causa do surto de covid-19 e pedem ao Estado a redução de impostos e que efetuem os pagamentos a horas, segundo um inquérito da CCIP.
Em comunicado, a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) adiantou que levou a cabo um inquérito sobre o impacto do coronavírus na atividade empresarial dos seus associados e que os resultados “são preocupantes: quebra nas vendas, problemas de liquidez e dificuldade de pagamentos de salários”.
Os resultados do inquérito, realizado a 161 empresas, mostram que “mais de 68% das empresas inquiridas sentem um impacto negativo ao nível das vendas no mercado nacional”, sendo que 57,7% “estima que o declínio das vendas em 2020 possa ser superior a 20%”.
No caso das microempresas a expectativa é ainda maior, com 72,4% a prever “uma quebra de 20% nas vendas”, de acordo com a CCIP.
Tendo em conta estes resultados, “as empresas pedem a implementação de várias medidas e destacam a importância das empresas públicas e Estado pagarem a horas. Os tempos médios de pagamento em Portugal têm vindo a diminuir, no entanto o Estado demora em média 75 dias a pagar a fornecedores, quando a média europeia é de 42 dias”, assegurou a organização.
No inquérito, as empresas indicam como fatores que mais podem prejudicar a atividade empresarial a diminuição da procura (78,8%), problemas de tesouraria (55,9%), quebra na produção (35,4%), restrições de viagens (36,6%) e cancelamento de feiras (34,1%), destacou a CCIP.
Além disso, as organizações inquiridas estão “igualmente preocupadas com a falta de liquidez e 23,1% dos inquiridos referem que não conseguem resistir mais de 30 dias sem receber um apoio para as necessidades de tesouraria”.
Paralelamente, 30% das empresas diz “não estar em condições de cumprir com as obrigações salariais e fiscais de março e abril”.
Este inquérito recolheu respostas de 161 empresas, de diversos setores de atividade, como o comércio (16,2%), indústria (18,6%) e serviços (65,2%) entre 18 e 22 de março, revelou a entidade.
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